Tony Ramos, de 72 anos, revelou que se surpreendeu com sua colega Regina Duarte após ela assumir a secretaria especial de Cultura no governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Em entrevista ao site O Antagonista, o ator falou sobre o assunto.
“Quando vi aquela notícia, como ela é uma produtora teatral, no passado produziu, interpretou e participou de peças importantes, eu falei: será que ela tem algum projeto? Depois, foi o que aconteceu, lamento por ela. Que é uma ótima pessoa, muito boa colega, etc. Me surpreendeu. Eu acho que ela se iludiu achando que dariam a ela condições de trabalhar”, começou Tony.
Ele ainda disse que não conversou com a atriz sobre o assunto, porque não tem esse tipo de intimidade com ela: “Não tenho essa intimidade. Isso que também tem que ficar claro: nem todos entre nós somos íntimos, por exemplo, como eu era com nosso querido e saudoso Tarcísio Meira, sou de Glória Menezes, tem alguns outros amigos meus que são mais íntimos, de dentro de casa”.
No bate-papo, Ramos diz se incomodar com o negacionismo do governo em relação a pandemia do novo coronavírus: “Deixa eu te dizer uma coisa com sinceridade: eu não julgo ninguém, a não ser suas atitudes. As atitudes, eu julgo. O negacionismo com vacina, por exemplo, me deixou sempre desesperado. Eu sempre acreditei na vacina”.
“Não adianta ficar falando: ‘ah, todo mundo tá sujeito a morrer’. Isso é desesperador. É desesperador quando você, há muito mais tempo, poderia ter tomado outras providências. Isso é um fato. Assim como é um fato que a cultura está jogada ao léu”.
O veterano concluiu falando que a cultura está abandonada. “Se me disserem: não, estamos preparando aquilo que achamos que tem que ser. Uma cultura não pode ser aquilo que alguém ache que tem que ser. A cultura é múltipla”.
“Eu não vou acessar o hip hop, o funk. Não porque eu seja contra. Que contra? Não sou contra mesmo. Mas não é a minha praia, eu não curto. Mas eu respeito como manifestação cultural, entendeu? É uma manifestação e você tem grandes rappers, o Emicida é um grande rapper com grandes letras. Eu não sou o camarada que vai lá selecionar aquela música para ouvir, porém ela é manifestação popular, e tudo aquilo que for manifestação popular é cultura de um povo.”