Os Estados Unidos interromperam temporariamente os voos de evacuação de Cabul, capital do Afeganistão, afirmou uma autoridade americana à agência de notícias Reuters nesta segunda-feira (16).
A decisão foi tomada para retirar as pessoas que invadiram a pista do aeroporto internacional, segundo a autoridade, que falou à Reuters sob condição de não ter a identidade revelada. Não foi informado quanto tempo duraria a pausa.
O vice-conselheiro de segurança nacional dos EUA, Jon Finer, afirmou que o país vai se concentrar em proteger o aeroporto e enviar forças adicionais ao local.
O tumulto no aeroporto internacional de Cabul deixou mortos e causou o cancelamento de todos os voos comerciais.
A situação saiu do controle porque uma multidão tentava embarcar em aviões para deixar o Afeganistão, agora dominado pelo Talibã.
O grupo extremista tomou a capital Cabul no domingo (15) e voltou ao poder após 20 anos. O presidente do Afeganistão, Ashraf Ghani, fugiu do país.
Vídeos publicados nas redes sociais mostram pessoas tentando entrar nos aviões para deixar o país e tiros sendo disparados para tentar conter multidão.
O número de óbitos não foi confirmado. O jornal americano “The Wall Street Journal” fala em três mortos e a Reuters, em cinco.
Mais de 60 países, incluindo EUA, Alemanha, Japão e França, divulgaram um comunicado no domingo (15) em que apelam para que cidadãos afegãos e estrangeiros tenham permissão para deixar o país em segurança.
A declaração conjunta também diz que estradas, aeroportos e passagens na fronteira devem permanecer abertas — e que a calma deve ser mantida.
Talibã volta ao poder
As pessoas estão tentando deixar o país após o Talibã tomar a capital Cabul e voltar ao poder depois de 20 anos. O presidente afegão fugiu do país e o palácio presidencial foi tomado no domingo (15).
Os EUA atacaram o Afeganistão em 2001, em reação ao atentado do 11 de Setembro, e tirou o grupo extremista do poder.
O Talibã foi acusado pelos americanos de esconder e financiar membros da Al-Qaeda, grupo terrorista comandado por Osama bin Laden e responsável pelo atentado.
O então presidente americano, Donald Trump, assinou acordo de paz com o Talibã em fevereiro de 2020 que previa a retirada total das tropas do país em abril deste ano.
O atual presidente, Joe Biden, manteve a decisão e adiou a saída completa para o fim deste mês. Com a retirada das tropas, o Talibã rapidamente reconquistou o poder.