Natural da Paraíba, o atacante da seleção brasileira Matheus Cunha tem as raízes fincadas no Recife, cidade onde funciona o CT Barão e o projeto social que o revelou para o futebol profissional. Barão Xavier, técnico da equipe, revelou ter ficado impactado com a convocação do atleta para os jogos das Eliminatórias da Copa do Mundo, em setembro.
– Precisei parar. A gente fica sem acreditar. É muito gratificante, é motivo de muito orgulho. Teve a Olimpíada e agora a convocação para a seleção com grande possibilidade de ir para a Copa do Mundo. Valeu e continua valendo muito a pena trabalhar com esses meninos – disse, referindo-se também ao ouro olímpico conquistado por Matheus com a Seleção há uma semana no Japão.
A relação entre treinador e atleta sempre foi marcada por confiança e cumplicidade. Mesmo morando em João Pessoa, o pequeno Matheus aceitou o convite para fazer parte do time recifense. A família se organizava da melhor forma. Em alguns períodos, Matheus viajava até o Recife, em outros momentos, Barão adaptava os treinos para minimizar a distância.
Ontem mesmo eu estava conversando com a mãe dele (Luziana Cunha) sobre tudo que vem acontecendo. Ela me agradeceu. Mas na realidade eu que sou grato pela confiança deles. Porque não é todo mundo que confia seu filho para vir treinar, competir… Muitas vezes ele dormia com minha família para conseguir participar das competições.”
Carregando o talento nas costas
Barão indicou Cunha para o Coritiba, clube que o acolheu em 2013. Quatro anos depois ele foi para o FC Sion, da Suíça, e em 2018 seguiu para o futebol da Alemanha. Primeiro com passagem no Leipzig e agora no Hertha Berlin. O pernambucano, orgulhoso, fala que as conquistas do atacante fazem parte de seu trabalho e lembra com carinho um episódio que aconteceu nos tempos do CT.
– A rua onde eu morei sempre alaga quando chove forte. Um dia, Matheus dormiu na casa de meu irmão, que era ao lado da minha, porque tinha jogo no dia seguinte. Saímos de casa cedo e a rua estava com a água na altura do meu peito. Eu não tive dúvida. Carreguei Matheus nas costas para ele não molhar os pés. Esta cena me marca até hoje e me faz ter certeza que tudo valeu a pena – relatou o treinador.
O feito de Matheus Cunha e reafirma a relevância do trabalho de Barão, que em 12 anos de projeto já formou cerca de 1.000 garotos. O técnico pernambucano vem construindo um legado para o esporte local, algo que pode ganhar ainda mais notoriedade com a presença do atacante na Copa do Mundo do Catar, em 2022.
O técnico garantiu que a convocação não passará em branco no Recife.
– Vou organizar um treino especial e todos vão vestir a camisa amarelinha da seleção brasileira.
Jogos da seleção em setembro
Chile x Brasil – Monumental de Santiago | 02/09/21 | 22h
Brasil x Argentina – Neo Química Arena | 05/09/21 | 16h
Brasil x Peru – Arena de Pernambuco | 09/09/21 | 21h30