Nos últimos dias reacendeu o debate sobre a questão da saúde mental após a americana, a ginasta Simone Biles, de 24 anos, que participa das Olimpíadas de Tóquio, desistir de provas que poderiam render medalhas de ouro, trazer à tona de que não estava bem. Mudança de comportamento, impaciência e fuga dos problemas são alguns indícios de que a saúde mental não caminha bem. É o que comenta a psicóloga Renata Toscano.
De acordo com a especialista, que conversou com o ClickPB, o corpo sinaliza de que algo tanto no contexto físico e mental não está bem. “Basta perceber os sinais psicológico e fisiológico, o comportamento e os pensamentos mudam, a pessoa passa a ficar impaciente, intolerante, estressada, irritada, desejo de se isolar, fugir dos problemas, sente-se triste sem motivo aparente, apresenta pensamentos disfuncionais, problemas relacionados ao sono aparecem (insônia, pesadelos), compulsão alimentar ou falta de apetite, perde o interesse em fazer as coisas que lhe davam prazer, ida frequente a médicos, a imunidade baixa, entre outras coisas mais”, afirma.
Além desses sinais e sintomas, a psicóloga ainda destaca que as pessoas que sofrem com o problema tendem a apresentar alto nível de sofrimento psicológico e comprometimento das funções e relações sociais. “Há uma necessidade de buscar ajuda psicológica”, revela. Mas quando e como a pessoa que não está com a saúde mental bem deve recomeçar? “Não há um recomeço seguro sem acompanhamento psicológico. É nesse processo em que serão trabalhados cada necessidade seja ela emocional ou comportamental, bem como estratégias de enfrentamento e superação”, responde a psicóloga.
Renata Toscano conta ainda como lidar com a pressão, sensação de fracasso e cobrança não só no esporte, mas no dia a dia ou em outras carreiras profissionais. “A pressão muitas vezes só se torna pressão porque se permite. A chave de muitas questões relacionadas a pressão é a organização, planejamento e o diálogo de forma assertiva. Se sentir sobrecarregado é muito comum em pessoas que têm dificuldade em dizer não, que gostam de agradar os outros, que nutrem expectativas errôneas no outro e sofre em silêncio. A melhor forma é buscar ajuda profissional, para trabalhar todas essas questões destacadas e muitas outras”, ressalta.
Sobre tratamentos, a psicóloga pontua que cada caso é um caso a ser analisado. No entanto, de forma geral é indicado psicoterapia e em casos mais graves associação com o acompanhamento psiquiátrico.