O PT está discutindo um reforço na segurança de Luiz Inácio Lula da Silva durante a campanha eleitoral que o ex-presidente quer disputar para tentar voltar ao Palácio do Planalto em 2022. A motivação é evidente: a radicalização do ambiente político e a natureza de alguns apoiadores do presidente Jair Bolsonaro.
Não é segredo que uma parcela expressiva da base bolsonarista é entusiasta de armas como o presidente e, em alguns casos, preconiza o uso da violência. Além disso, as relações do grupo político com milicianos e setores mais radicais de polícias estaduais é notória.
Não é uma preocupação só à esquerda, claro. O próprio Bolsonaro foi ferido a faca em 2018 por um ex-integrante do PSOL que foi diagnosticado como doente mental. O atentado é visto como um marco para as campanhas eleitorais, que no Brasil sempre tiveram no corpo a corpo um fator essencial para a construção da imagem dos candidatos.
Segundo petistas, a ideia era fazer o reforço já na pré-campanha, mas Lula vetou. Em um país com histórico de violência política, ele tem como ex-presidente escolta de quatro agentes da Polícia Federal e dois motoristas com carros oficiais.
Usualmente, a segurança dos eventos a que Lula comparece fica a cargo da organização local, seja um sindicato ligado à CUT (Central Única dos Trabalhadores) ou a grupos como o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra). Na viagem que fará ao Nordeste em agosto, a segurança inicialmente estará a cargo desses apoiadores.
O mesmo acontecia em campanhas, embora o atentado contra Bolsonaro tenha mudado o jogo – o número de agentes da PF por candidato que os requisitasse chegou a cerca de 25 em dias de atividades de rua mais intensas.