SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) — Um multidão de jovens invadiu as casas noturnas do Reino Unido nas primeiras horas da madrugada desta segunda (19) para comemorar o fim da maioria das restrições contra a Covid-19 no país, no tem sido chamado pelos britânicos “dia da liberdade”.
Apesar da euforia, o Reino Unido enfrenta o pior momento da pandemia desde janeiro, com os números de novos casos diários de contaminação da doença voltando ao patamar de 50 mil, o maior número de contágios diários da Europa. Previsões estimam que os números de novos casos podem chegar a 100.000 ao longo do verão. O número de mortes, porém, permanece em menos de 40 por dia, ainda muito abaixo das mais de 1.000 mortes diárias que o país registrou em janeiro.
Salas de espetáculos e estádios podem reabrir as portas a partir desta segunda com plena capacidade, e as casas noturnas voltaram a funcionar. Além disso, o distanciamento social e o uso de máscara não são mais obrigatórios, embora continuem sendo recomendados nos transportes e nos estabelecimentos comerciais.
O primeiro-ministro Boris Johnson iniciou a nova etapa em isolamento, depois de ter tido contato com o ministro da Saúde, Sajid Javid, que teve o diagnóstico confirmado da doença. O teste do premiê, no entanto, até agora deu negativo.
Johnson se limitou a pedir “prudência” e ignorou os pedidos de um grupo de influentes cientistas internacionais, que alertaram para o “risco de minar os esforços de controle da pandemia não apenas no Reino Unido, mas também em outros países”.
Desde a meia-noite, quando as restrições foram suspensas, a madrugada foi agitada na capital do país. “Eu não podia dançar fazia uma eternidade”, disse Georgia Pike, 31, em uma festa em Londres. “Eu quero dançar, eu quero ouvir música ao vivo, eu quero a energia de estar em um show, cercada de gente”, disse.
Também houve quem receasse a reabertura. “Eu tô muito empolgado, mas ao mesmo tempo tenho a sensação de que a desgraça é iminente”, disse Gat Cartmill, 26.