O fazendeiro Elmi Caetano Evangelista, de 73 anos, acusado de ajudar Lázaro Barbosa durante a fuga, foi solto do presídio de Águas Lindas de Goiás na sexta-feira (16). Ele responde por favorecimento pessoal e posse de armas. Segundo a defesa, o réu está com a saúde debilitada. Lázaro era procurado pelo assassinato de uma família em Ceilândia e morreu em uma troca de tiros com a polícia após 20 dias foragido.
Como condição para que ele tivesse a prisão revogada, foi determinado que ele use tornozeleira eletrônica e cumpra algumas medidas determinadas pela Justiça, como não deixar a cidade e não sair de casa durante a noite.
O fazendeiro foi preso no dia 24 de junho. Um caseiro que trabalhava para ele disse à polícia que o patrão estava ajudando Lázaro, dando abrigo e comida. O funcionário chegou a ser preso, mas o processo contra ele foi arquivado.
Quando o idoso foi preso, a polícia apreendeu duas armas, mas um laudo apontou que elas não funcionavam. A defesa tenta retirar a acusação pela posse armas, já que elas não disparavam.
Segundo a polícia, o fazendeiro teria proibido que a força-tarefa entrasse em sua propriedade para fazer buscas pelo fugitivo.
No pedido de soltura, a defesa apontou que a prisão não era mais necessária, pois o inquérito contra Elmi já tinha sido concluído e que o laudo apontou que as armas apreendidas não disparavam. Além disso, alegou a idade avançada do réu e o fato de apresentar diversos problemas de saúde. Os argumentos foram aceitos pela Justiça.
“Quando ele foi solto, percebemos um pouco de debilidade na saúde do Elmi. Levamos a uma unidade de saúde, onde ele foi atendido e, depois liberado”, disso o advogado Ilvan Barbosa. O fazendeiro já passou por um tratamento de câncer e toma várias medicações, de acordo com a defesa.
Pistas falsas
Dias antes de ser preso, o fazendeiro abordou o secretário de Segurança Pública de Goiás, Rodney Miranda, durante buscas para dar pistas falsas sobre o paradeiro do fugitivo.
Em buscas por matas da região no dia 19 de junho, o secretário contou que foi abordado por ele na porta da fazenda. O homem relatou que Lázaro teria fugido para outra propriedade da região, enquanto o abrigava na sua casa.
Lázaro foi procurado durante 20 dias por uma força-tarefa com mais de 270 agentes. Ele tinha uma extensa ficha criminal, fugiu três vezes da prisão e era acusado de diversos crimes.
Baleado e morto
Lázaro morreu em confronto com a polícia na manhã do dia 28 de junho. Segundo o boletim de ocorrência, foram disparados 125 tiros, dos quais quase 40 o atingiram, segundo a Secretaria de Saúde de Águas Lindas de Goiás.
O secretário de Segurança Pública, Rodney Miranda, afirmou que Lázaro Barbosa descarregou uma pistola contra os policiais ao ser encontrado em Águas Lindas de Goiás, no entorno do DF.
“Ele descarregou a pistola contra os policiais e não tivemos outra alternativa se não revidar”, afirmou Rodney.