O Banco do Nordeste do Brasil (BNB), através de sua agência regional em Itaporanga, destinou, em 2020, recursos no valor de 2, 2 milhões de reais para a produção de algodão agroecológico e indústrias do segmento têxtil em Itaporanga e no Vale.
Conforme o banco, a atividade têxtil integra 11 municípios da região e desenvolve desde o plantio até a manufatura do algodão por indústrias, com produção de panos de chão, coadores, flanelas e panos de prato.
A expectativa é de que os agricultores familiares tenham este ano uma produção semelhante à registrada em 2020, que contabilizou 67 toneladas de algodão agroecológico. “Desde 2017 vem sendo feito um trabalho de mobilização da atividade, pois a região já foi uma das maiores produtoras da Paraíba, no passado. Este ano já temos R$ 1,4 milhão investido em crédito no setor”, destaca o agente de desenvolvimento do BNB, Carlos Germano dos Santos.
Em abril, o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) visitou agricultores e indústrias em Itaporanga e em São José de Caiana para conhecer a atividade. Além do Banco do Nordeste, o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e a Empresa Paraibana de Pesquisa, Extensão Rural e Regularização Fundiária (Empaer) participam do Programa de Desenvolvimento Territorial (Prodeter), que elegeu o segmento têxtil como potencia econômico da região.
As vendas virtuais e a assistência técnica com uso de aplicativos de celulares é uma realidade na região. A Empaer recorre às tecnologias para o acompanhamento dos agricultores para garantir a certificação agroecológica. O técnico Valdevino Pereira Neto explica que a pandemia de covid-19 trouxe o desafio da adaptação. “Os aplicativos de celulares estão nos ajudando muito a estarmos próximos dos agricultores. Em áudios e fotos, nós acompanhamos as dúvidas e orientamos sobre o manejo na unidade produtiva”, ressalta.
Por ano, uma unidade produtiva de um hectare tem capacidade média de produção de 1,2 toneladas de algodão. A modalidade agroecológica é feita sem uso de qualquer agrotóxico e com espaçamento de um metro entre as sementes. A plantação ocorre após a última chuva do último mês mais propício para brotar, com a colheita manual.