O WhatsApp Pay, serviço de pagamentos por meio do popular aplicativo de mensagens, chegou nessa terça-feira (4). Com parcerias já firmadas envolvendo grandes empresas do setor, como Mastercard, Visa e Cielo, a nova tecnologia deve começar a operação em fase de testes, atendendo entre 1% a 2% dos 120 milhões de usuários brasileiros.
Para o mercado, a chegada do WhatsApp Pay concretiza um movimento iniciado com o Pix: a modernização dos meios de pagamento no Brasil.
“A sociedade brasileira hoje, predominantemente, trabalha com o dinheiro físico. Tecnologias como o Pix, e agora o WhatsApp Pay, vêm para tentar difundir ainda mais as transações virtuais. Então, é um movimento por menos circulação de papel, e tem um impacto em cadeia”, explica José Luiz Rodrigues, especialista em regulação do mercado financeiro e sócio da JL Rodrigues & Consultores Associados. “As instituições financeiras estão tendo uma mudança de receita, por exemplo. Se antes elas faturavam por valores transacionados nos meios tradicionais, como TED, DOC ou boleto, hoje elas ganham por quantidade de transações. Além disso, é um incentivo a um novo comportamento do consumidor, que vem entendendo, na prática, que as transações digitais não se limitam apenas ao consumo em lojas virtuais”.
José Luiz destaca que os outros meios de pagamento continuarão a funcionar, mas a tendência é que os meios digitais substituam comportamentos de compra hoje existentes. Além disso, a nova realidade digital, iniciada com o Pix e intensificada agora com o WhatsApp Pay, exigirá novas posturas do mercado. “Essa nova realidade cria um ambiente mais competitivo, com mais segurança, onde os bancos tradicionais, as instituições de diferentes portes, fintechs, insurtechs e demais startups disputarão mercado por igual, e levará vantagem aquela prestadora de serviços que puder oferecer qualidade com menores custos e de maneira mais criativa”, pontua.
Para o especialista, novas tecnologias como o Pix e o WhatsApp Pay ainda devem aparecer: “Será cada vez mais comum o surgimento de novos produtos ou empresas no cenário financeiro. Porque a modernização do Sistema Financeiro Nacional, provocada pela chegada de inovações como o Pix, open banking e sandbox, está fazendo com que o mercado se estruture para atender às novas demandas dos consumidores. Isso vem gerando novos processos de fusão, incorporação, parcerias, compra e venda, entre outros modelos de organização ou reorganização”.