Embora o ministro Eduardo Pazuello negue o desmonte da cúpula do Ministério da Saúde que ele próprio transformou num núcleo de sua confiança pessoal ao nomear cerca de 14 militares, entre estes servidores é dada como certa a substituição da maior parte da equipe no curto prazo, pelo futuro titular da pasta, Marcelo Queiroga.
O primeiro a deixar o posto, juntamente com Pazuello, será o secretário-executivo Élcio Franco, principal executor das ações decididas pelo ministro, enquanto o general funcionou como interlocutor com o Planalto, com os colegas de ministério, como Defesa e Economia, e com gestores estaduais e municipais de Saúde. As demais posições de comando devem ser trocadas por Queiroga logo após a transição, que deve se estender pelo menos até a terça-feira.
A percepção no entorno de Pazuello é de que a troca do general pelo cardiologista foi precipitada e transferiu para o militar o ônus da pior fase da pandemia, sem lhe dar a possibilidade de colher os resultados de suas ações. “Ele arrumou a casa para outro desfrutar”, diz auxiliar direto do ministro demissionário. A mudança tampouco agradou aliados de Bolsonaro no Centrão. O bloco havia apresentado nomes ao presidente, que terminou fazendo uma “escolha pessoal”, conforme informado pelo próprio Bolsonaro ao presidente do PP, senador Ciro Nogueira (PP/PI).