A cidade de Minneapolis aprovou nesta sexta-feira, 12, um acordo civil para indenizar em US$ 27 milhões (R$ 149 milhões, na cotação atual) a família de George Floyd, homem negro que foi morto pela polícia em maio do ano passado, o que resultou em uma onda de protestos pelos Estados Unidos.
A indenização, aprovada por unanimidade, foi incluída de última hora na agenda da reunião ordinária do Conselho Municipal de Minneapolis, que ocorreu de portas fechadas. Um processo civil foi apresentado contra a cidade e quatro policiais pela morte de Floyd, segundo a imprensa.
“Nenhuma quantia de dinheiro pode compensar a intensa dor e o trauma causado por esta morte à família de George Floyd e ao povo da nossa cidade”, disse a presidente do Conselho Municipal, Lisa Bender.
Floyd morreu no dia 25 de maio de 2020, após ter sido detido por suspeita de tentar utilizar uma cédula falsa de US$ 20 em uma mercearia. O agora ex-policial Derek Chauvin foi filmado por câmeras de segurança e celulares de pedestres enquanto se ajoelhava sobre o pescoço do detido durante oito minutos e 46 segundos. Floyd, que dizia não conseguir respirar, morreu asfixiado.
O valor do acordo supera a indenização que a cidade de Louisville aceitou pagar em 15 de setembro do ano passado pela morte da jovem Breonna Taylor, que foi baleada pela polícia em seu apartamento durante uma operação. A família de Taylor recebeu US$ 12 milhões (R$ 66 milhões).
O montante acordado também excede os US$ 20 milhões que Minneapolis pagou à família de Justine Damond, mulher australiana americana de 40 anos que morreu em 2017 após ter sido baleada por um policial na cidade. Na quinta-feira, o juiz Peter Cahill imputou a Chauvin uma nova acusação, de assassinato em terceiro grau, pela morte de Floyd. Cahill, um juiz do distrito de Hennepin, tomou a decisão um dia após a Suprema Corte do estado de Minnesota ter recusado um recurso da defesa de Chauvin sobre a nova acusação. Ele enfrenta agora acusações de assassinato em segundo e terceiro graus e de homicídio em segundo grau.
Se for condenado por assassinato em segundo grau, o ex-policial pode receber uma pena de 11 a 15 anos de prisão. A acusação de assassinato em terceiro grau pode acarretar 25 anos, e a de homicídio em segundo grau, dez anos, embora normalmente só sejam cumpridos cinco anos. O julgamento de Chauvin deverá começar no dia 29 de março, com a abertura dos argumentos orais para defesa e acusação. Juntam-se a Chauvin três outros ex-policiais – Thomas Lane, J. Alexander Kueng e Tou Thao – acusados de cumplicidade em assassinato e homicídio em segundo grau, e cujo julgamento deverá começar no próximo verão. Todos os quatro estão em liberdade sob fiança.