Com a capacidade dos hospitais se esgotando, Estados e municípios continuam correndo contra o tempo para tentar barrar a disseminação do coronavírus. A partir deste sábado, 13, parques e praças não poderão abrir em Belo Horizonte e outras atividades não essenciais estão proibidas de funcionar.
A ocupação de leitos de UTI para pacientes com Covid-19 chegou a 89%. Segundo o prefeito Alexandre Kalil, a fiscalização na cidade será rígida para impedir aglomerações. “A fiscalização será implacável com quem ignora a doença. Nós não podemos deixar comerciantes sérios, bares sérios, gente séria pagar por irresponsáveis.”
Na contramão da capital mineira, a prefeitura de Carmo do Rio Claro, no sul de Minas, conseguiu diminuir os casos e internações na cidade sem fechar o comércio. Em entrevista ao programa Os Pingos Nos Is, o prefeito Filipe Carielo culpou as aglomerações e ressaltou que não acredita na eficácia do lockdown. “E nós estatisticamente mostramos que o lockdown não resolve. Quando tem restrição, fecha comércio que tem menos aglomeração e os de primeira necessidade continuam funcionando. Não tem muito sentido isso.”
Em Curitiba, 98% dos leitos de UTI da rede pública de saúde já estão ocupados. Para tentar reverter esse cenário, o prefeito Rafael Greca anunciou que a cidade vai restringir a circulação de pessoas e endurecer restrições por nove dias. “É um esforço imenso para evitar a transmissão. Pela primeira vez teremos lockdown. Nunca tínhamos tido. Acompanhei o governador no auge do pico, em julho do ano passado, fazendo dias de restrição severa. Mas agora vamos fazer lockdown.”
O governo do Maranhão também anunciou novas medidas para conter o avanço da Covid-19 no Estado, entre elas a suspensão de atividades em bares e restaurantes da Grande Ilha de São Luís. Em um pronunciamento, o governador Flávio Dino implorou para que a população obedeça as regras de distanciamento. “O que eu estou pedindo, implorando, é para que vocês usem máscara quando estiverem na rua. Evitem aglomeração nessas próximas semanas para que o sistema hospitalar possa suportar essa hora difícil no Brasil.”
Nesta sexta, o governo do Espírito Santo anunciou que todas as cidades vão voltar a adotar medidas mais rígidas. Segundo o governador, Renato Casagrande, o Estado não tem mais municípios com risco baixo de contágio. “Nós estamos acima de 80%, que na matriz de risco isso causa impacto. Taxa de ocupação de leitos de UTI crescente, de transmissão crescente, de óbitos também. A média móvel de óbitos está acima de 18 por dia.” Mesmo com o aumento da oferta pela compra de leitos, 84,5% das UTIs capixabas já estão lotadas. Com o colapso, o recebimento de pacientes de Santa Catarina, que seriam tratados no Espírito Santo, foi suspenso nesta sexta-feira. Foram realizadas apenas cinco das 16 transferências previstas.