A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) publicou comunicado técnico nesta quinta-feira, 4, apontando para a alta incidência de contaminações com as variantes do Brasil, Reino Unido e África do Sul do novo coronavírus em cidades do Sul, Sudeste e Nordeste do Brasil.
De acordo com análise de mil amostras dos Estados de Alagoas, Ceará, Minas Gerais, Pernambuco, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Santa Catarina, as três “variantes da preocupação” circulam livremente com mais de 50% de incidência em boa parte das unidades federativas.
Ainda há nebulosidade em torno das diferenças entre as variantes do Sars-Cov-2 registradas nos últimos meses e o vírus que chegou ao país em março de 2020, mas o perfil das mutações, principalmente da P1, encontrada no Amazonas em janeiro, mostra que elas podem ser mais transmissíveis.
Ao todo, oito Estados com presença de variantes do novo coronavírus foram avaliados pela pesquisa. Desses, apenas dois tiveram menos de 50% das amostras testadas positivadas para mutações: Minas Gerais (30,3%) e Alagoas (42,6%).
Ceará, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul foram os Estados com maior número de amostras positivadas para mutação, com, respectivamente, 71,1%, 70,4%, 63,7% e 62,5% de incidência. O Rio de Janeiro registrou 62,7%, e Pernambuco teve 50,8%. Outros Estados não foram analisados pela Fiocruz no levantamento divulgado nesta quinta.
No documento com os dados do estudo, especialistas reforçam a necessidade da adoção de medidas restritivas para diminuir a propagação do vírus. Além de restringir a circulação de pessoas, o órgão sugere a “implementação imediata de planos e campanhas de comunicação, o fortalecimento do sistema de saúde e a necessidade de constituição de um pacto nacional para o enfrentamento da pandemia no país”.