A combinação entre os recentes reajustes no preço dos combustíveis e da energia elétrica e o elevado patamar do índice que reajusta os aluguéis deve afetar toda a cadeira produtiva e encarecer o custo de vida das famílias brasileiras nos próximos meses.
Somente em fevereiro, a Petrobras já aumentou duas vezes o preço da gasolina e do diesel nas refinarias, mas novas altas não estão descartadas, porque a compnahia alega existir a necessidade de um “alinhamento dos preços ao mercado internacional”.
André Braz, economista do IBRE/FGV (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas), afirma que a gasolina representa quase 5% do orçamento das famílias, mas alerta que é o diesel é responsável por um “impacto indireto” nos preços de alimentos e do transporte público.
“Para cada 1% de aumento na gasolina, a inflação ao consumidor avança 0,05 ponto percentual. […] O diesel já tem efeitos indiretos e pode encarecer o frete dos veículos que levam mercadorias para os grandes centros urbanos. Então, uma alta faz a gente pagar mais caro por produtos de feira e vários industrializados”, explica ele.
Já os preços da energia elétrica, com alta estimada de 13% para 2021 devido ao amplo uso de usinas térmicas, que são mais caras do que as hidrelétricas, segundo avaliação da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), que cobra por medidas de alívio para o setor. Braz relata que, assim como a gasolina, as contas de luz também têm reflexo de 5% no orçamento familiar.