A advogada Izadora Mourão foi morta com sete golpes de faca no quarto do irmão, o jornalista João Paulo Mourão, que é o principal suspeito do crime, segundo informou nesta terça-feira (16) o coordenador do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), delegado Francisco Costa, conhecido como Barêtta.
Izadora foi encontrada morta no sábado (13), no município de Pedro II, interior do Piauí. A polícia ainda investiga as motivações do crime, mas acredita que os dois irmãos tinham desavenças. Questionado pelos agentes, o suspeito não fala nada — ele foi preso nesta segunda.
A mãe e outros familiares também estão sendo investigados por suspeita de participação no crime, segundo a polícia. O G1 tentou contato com a defesa de João Paulo, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.
As investigações apontam que, após matá-la, o irmão teria ido dormir no quarto da mãe. Ela, ao encontrar a filha machucada no quarto, segundo Barêtta, ligou para a empregada doméstica da casa pedindo para que ela dissesse que uma mulher havia entrado na residência e que João Paulo estava dormindo.
“A mãe, quando tomou conhecimento que a filha estava ferida ou morta, ao invés de ligar para a polícia e chamar o socorro médico, ligou para a faxineira combinando que ela dissesse que João Paulo estava dormindo e que uma mulher teria entrado. Porém, a partir das 7 horas da manhã, ninguém entrou naquela casa”, relatou o coordenador do DHPP.
A polícia, entretanto, não deu detalhes sobre como teria sido esse contato da mãe com a empregada. Também não se sabe se a funcionária já foi ouvida pela polícia.
Segundo o delegado, duas facas foram utilizadas no crime. Uma delas ficou com uma tia e outra com um primo do suspeito. “A tia o chamou para entregar a faca. A olho nu, nós já sabemos que tem vestígios de sangue e elas irão passar por exames periciais”, afirmou Barêtta.
Para o delegado, o crime foi premeditado. “Eles possuíam umas desavenças, mas isso vai ser delineado nos autos do inquérito policial nos próximos dez dias. A motivação é muito subjetiva. Ele não fala, ele não confessa. Na verdade, ele premeditou o crime. A Izadora, nas últimas forças dela, ela ainda se locomove e deixa claro que o assassino estava próximo dela e dentro de casa”, disse.