A Secretaria de Estado da Saúde (SES) emitiu um comunicado, na manhã desta quarta-feira (10), através do qual alerta a população sobre o fato de que a variante mais contagiosa do coronavírus está em circulação na Paraíba. Segundo a pasta, a confirmação veio após o sequenciamento genético de amostras com alta carga viral, dentro da rotina de enfrentamento da pandemia e monitoramento da doença no estado. São três pacientes confirmados até o momento.
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Variante pode ser entendida como o vírus que mudou durante o processo de replicação. Milhares de variantes da SARS-CoV-2 estão circulando no mundo e muitas ainda irão surgir ao longo do tempo. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), para a saúde pública, o sequenciamento genético do vírus, aliado a outros estudos, possibilita sugerir se as mutações identificadas podem influenciar potencialmente na patogenicidade, transmissibilidade, além de direcionar medidas terapêuticas, diagnósticas ou ainda contribuir no entendimento da resposta vacinal.
De acordo com o secretário de Saúde da Paraíba, Geraldo Medeiros, a SES, por meio do Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen-PB), da Gerência Executiva de Vigilância em Saúde, em parceria com o Laboratório de Vigilância Molecular Aplicada (Lavimap) da Escola Técnica de Saúde da UFPB, está executando o monitoramento de amostras que fazem parte hoje da Rede Nacional de Sequenciamento Genético para Vigilância em Saúde.
Medeiros explica que em dezembro a secretaria recebeu da Fiocruz-RJ os resultados dos sequenciamentos que apresentaram a circulação de diversas linhagens do vírus, sendo as principais linhagens a B.1.1.33 e B1.1.28. Também foi identificada a circulação da variante portadora da mutação E484K na proteína Spike em três amostras do estado, sendo uma delas a 2ª amostra do caso confirmado de reinfecção. Essa nova linhagem foi classificada como B.1.1.28 (E484K) ou P2.
“Em janeiro recebemos mais resultados de sequenciamento que demonstraram o avanço da linhagem P2 no estado da Paraíba, bem como a linhagem P1, recentemente identificada como variante amazônica. Estudos sugerem que tanto a linhagem P1 quanto a linhagem P2 têm maior capacidade de transmissão entre infectados. A identificação de circulação de novas linhagens no território da Paraíba é de extrema importância para possibilitar a tomada de decisões rápidas no enfrentamento da pandemia”, pontua.
A Paraíba é o segundo estado do Nordeste com identificação da linhagem P.1. Até o dia 5 de fevereiro, tinha 11 linhagens circulando em seu território, sendo o quarto com maior número de linhagens identificadas, depois de São Paulo (26), Rio Grande do Sul (12) e Rio de Janeiro (16). Geraldo Medeiros reforça que é fundamental o entendimento que o sequenciamento genético não altera diagnóstico nem tratamento, mas colabora junto aos dados clínicos no conhecimento da doença para sua contenção.
“As medidas de prevenção e controle permanecem as mesmas, como o distanciamento físico, etiqueta respiratória e de higienização das mãos, uso de máscaras, limpeza e desinfecção de ambientes e isolamento de casos suspeitos e confirmados conforme critérios vigentes”, completa.
A Nota Técnica está disponível no site do Governo da Paraíba e pode ser acessada por este link.
Sobre os casos
Caso 1 – No dia 14 de janeiro a Vigilância Epidemiológica Municipal de João Pessoa sinalizou um caso que atendia aos critérios para sequenciamento genético, por se tratar de um homem, com 79 anos, que estava em Manaus e chegou com sintomas em João Pessoa;
Caso 2 – A Vigilância Epidemiológica de João Pessoa monitorou um caso secundário ao caso 1 (homem, 24 anos), com início dos sintomas no dia 10 de janeiro, notificado com coleta de amostra enviada para análise;
Caso 3 – O terceiro caso que seguiu para sequenciamento pelo critério da alta carga viral foi de uma mulher, de 24 anos, residente em João Pessoa, que teve início dos sintomas no dia 10 de janeiro. Ela não é contato dos casos 1 e 2, foi atendida, o caso foi notificado e foi coletada amostra na UPA Bancários no dia 14 de Janeiro.