RIO — A vacinação contra a Covid-19 mal começou e já tem país abrindo suas portas para turistas com comprovante de imunização contra a doença. Seychelles, arquipélago isolado no Oceano Índico, anunciou que os viajantes que já tiverem tomado as duas doses de qualquer imunizante aprovado contra a doença poderá visitar suas 115 ilhas paradisíacas.
Atualmente, Seychelles permite a entrada de viajantes provenientes de 48 países, divididos em duas categorias (em nenhuma delas está o Brasil). Para entrar no território, o visitante precisa se submeter a uma autorização eletrônica, feita pela internet antes da viagem, e apresentar um teste PCR negativo para Covid-19 feito até 72 horas antes do voo e um seguro viagem com cobertura para a doença.
Ao chegar ao país, é necessário fazer mais um teste e se isolar num estabelecimento autorizado a receber viajantes em quarentena. Para quem chega de um país da categoria 1, após cinco dias, o visitante é testado novamente. Se não estiver com o vírus, está liberado. Para os visitantes da categoria 2, são dez dias de quarentena.
Tais procedimentos (testes e quarentena) não serão necessários para quem já tiver tomado as duas doses de vacina e cumprido o tempo indicado para que a imunização estivesse concluída. E não precisa ser de nenhum dos países previamente aprovados.
Localizada a cerca de 1.600 quilômetros da costa da Tanzânia, no leste da África, Seychelles é extremamente dependente do turismo. Aproximadamente 65% de seu PIB vêm desta atividade econômica, o que explica atitudes como esta, que possam incentivar a chegada de mais viajantes internacionais.
‘Passaporte da imunidade’ é discutido ao redor do mundo
Seychelles não foi o primeiro país a anunciar que a carteirinha completa de vacinação contra a Covid-19 servirá como um “passaporte de imunidade” para entrar no país. Em dezembro, o Chipre, de olho no grande público que tem entre britânicos e moradores de países do norte da Europa, anunciou que, a partir de março, permitiria o ingresso de qualquer pessoa devidamente vacinada e imunizada contra a doença.
O assunto tem sido discutido na Comissão Europeia, por exemplo, como maneira de permitir uma maior circulação de cidadãos já vacinados dentro do bloco. O pedido partiu do governo da Grécia, outra nação que tem no turismo uma parcela significativa de seu PIB.
Países como Dinamarca, Estônia e Israel já planejam a criação de um certificado de imunidade para que seus moradores já vacinados possam circular dentro e fora de seus países.
Nos Estados Unidos, a discussão também atingiu altos escalões das autoridades sanitárias. No começo do mês, o diretor do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas, Anthony Fauci, declarou que considerava possível a exigência do certificado de vacinação contra a Covid-19 para viagens internacionais.
Entre as companhias aéreas, apenas a australiana Qantas Airways se manifestou oficialmente sobre o assunto, em novembro, ao afirmar que, quando a vacinação estivesse avançada em todo o mundo, apenas passageiros com certificado de imunização poderiam embarcar em seus aviões.