Uma mulher de 32 anos, que está grávida de 22 semanas, foi a primeira pessoa da Paraíba a ter um caso confirmado de reinfecção pelo novo coronavírus. Ela foi atendida nesta semana na maternidade Frei Damião, em João Pessoa, mas já recebeu alta e está em isolamento residencial, conforme informou a diretora técnica da maternidade, Andréa Cosme.
A mulher, que não tem comorbidades, teve covid-19 pela primeira vez em setembro do ano passado, quando estava com aproximadamente um mês de gravidez. A doença foi confirmada por teste RT PCR realizado no dia 14 de setembro e ela teve apenas sintomas leves.
No dia 11 de janeiro, ela começou a ter sintomas de covid-19 novamente e teve o diagnóstico confirmado por um exame RT PCR realizado no último dia 17. Da segunda vez, porém, a doença se manifestou de forma mais marcante e ela chegou a ter episódios de asma, conforme explicou Andréa Cosme. Apesar disso, não houve grandes complicações e ela recebeu alta.
”Ela está fazendo isolamento em casa e orientada a nos procurar caso haja qualquer problema”, disse a diretora da maternidade.
Segundo ela, considera-se reinfecção pelo novo coronavírus se o indivíduo tiver dois resultados positivos de RT PCR, com intervalo igual ou superior a 90 dias entre os dois episódios de infecção, independente da condição clínica observada nos dois episódios.
No caso da gestante, há um intervalo de 120 dias entre os dois resultados positivos e é a primeira vez que um caso assim é registrado no estado. Os dois exames foram encaminhados para que seja feito o sequenciamento genético do vírus e assim saber se houve algum tipo de mutação.
Consequências
Andréa Cosme explicou que, por ser uma doença muito nova, ainda não há estudos conclusivos sobre as possíveis consequências da covid-19 durante a gestação. Até o momento, a doença não parece causar consequências irreversíveis para mães ou bebês, como é o caso por exemplo, da microcefalia associada à zika.
Existem estudos, porém, que apontam um crescimento de partos prematuros, abortamentos e morte fetal intrauterina em mães que tiveram a doença. ”Como é tudo muito novo, não temos conclusões definitivas”, disse Andréa Cosme.
Por via das dúvidas, ela ressaltou que a gestante terá acompanhamento médico específico, inclusive após o parto, assim como a criança. ”Só existe um caso de transmissão vertical de covid-19 na literatura (quando a doença passa da mãe para o filho ainda no útero), mas existem casos de bebês que pegam covid-19 com as mães após o nascimento”, explicou.