As novas mutações do coronavírus SARS-CoV-2 representam um risco muito alto no combate à pandemia na Europa, e os países precisam reforçar as medidas e restrições, declarou nesta quinta-feira (21) o ECDC (Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças).
“Com base em novas informações, o risco associado à introdução e transmissão comunitária das variantes foi elevado ou muito elevado, e as opções de resposta foram ajustadas à situação atual”, afirmou o órgão ligado à União Europeia, sediado em Estocolmo.
A maior transmissibilidade das mutações detectadas no Reino Unido, na África do Sul e no Amazonas torna sua introdução e propagação altamente provável, o que, por sua vez, aumenta o risco de infecções, hospitalizações e taxas de mortalidade por covid-19 mais elevado.
O ECDC frisou a necessidade de monitoramento de mudanças nas taxas de transmissão de vírus e a gravidade da infecção para identificar e estabelecer a circulação e o impacto dessas variantes, além de detectar outras cepas, o que exigiria maior vigilância e sequenciamento dos casos de coronavírus.
Para controlar o impacto e a propagação das mutações, é necessário combinar a aplicação das restrições existentes, incluindo medidas potencialmente mais duras, e reforçar a detecção e o rastreamento de casos.
“À luz das evidências de um aumento significativo da transmissão das novas variantes, as autoridades nacionais devem aplicar medidas ainda mais rigorosas”, advertiu o ECDC.
O grupo de estudiosos também recomenda evitar viagens não essenciais e manter testes e quarentenas para viajantes, assim como preparar sistemas de saúde para um possível agravamento da situação e acelerar o ritmo de vacinação de grupos de risco, idosos e trabalhadores da saúde.
A cepa VOC 202012/01, identificada pela primeira vez no Reino Unido em setembro, se caracteriza por uma transmissão “significativamente maior”, embora estudos preliminares não mostrem que ele causa infecções mais graves ou afeta desproporcionalmente determinadas faixas etárias.
A mutação, no entanto, fez com que o Reino Unido registrasse neste mês os maiores índices diários de mortalidade desde o início da pandemia, enquanto e as infecções e internações se multiplicaram na Irlanda.
Sobre a mutação 501Y.V2, identificada em dezembro na África do Sul, os estudos indicam uma maior capacidade de transmissão, embora não se saiba se ela causa uma doença mais aguda, algo semelhante à P.1., que apareceu recentemente em Manaus e só foi registrada até agora em pessoas que vivem ou estiveram no Amazonas.