Eu me lembro, como se fosse hoje, das cocadas e das tapiocas, que eu tantas vezes comi na porta do Colégio Maestro José Siqueira, em Conceição. Era praxe de todos saborear aquelas deliciosas cocadas de leite. Mas, não é necessariamente de cocadas, tampouco de tapiocas que quero falar. É também! Porém, o que me vem à lembrança neste momento é das mãos mágicas de quem as fazia um tanto quanto saborosas e que se tornaram um marco na minha história de vida: Eu e meu irmão comemos 10 cocadas e 10 tapiocas numa aposta no último dia de aula de uma semana do ano de 1.9… (faz tempo rsrs). Francisca Alves de Sousa, carinhosamente conhecida como “Dona Chica Frauzina”, faleceu no final da noite da última sexta-feira (15), aos 95 anos, vítima da Covid-19, no Hospital Regional Wenceslau Lopes, em Piancó.
Aquelas mãos limpas e cheias de marcas de trabalho, contavam a história de uma mulher guerreira, que teve que lutar para criar seus filhos, logo após o falecimento do seu esposo, Francisco Gomes Oliveira, no ano de 1.995: 8 filhos ao todo. E, se olharmos pela janela da vida, iremos aprender a lição uma mulher, que criou seus filhos, em boa parte sem a presença do pai, e que todos trilharam a retidão na estrada da vida: pessoas absolutamente honestas e trabalhadoras, herança boa de uma mãe guerreira.
Por se tratar de uma vítima da Covid-19, fato que o Ministério da Saúde preconiza a não realização de velório, Dona Chica Frauzina foi sepultada tão logo seu corpo chegou na cidade de Conceição, na madrugada do sábado (16). O tempo entre sua residência e o cemitério foi breve, mas as lembranças de uma mulher guerreira irão se eternizar numa distância memorável e com perfumes deixados pelas mãos calejadas, mas cheias de rosas, que espalharam perfumes da estrada da vida.
Ao lado da filha Bernadte