O presidente da Associação Nacional do Transporte Autônomos do Brasil (ANTB), José Roberto Stringasci, afirmou que a greve dos caminhoneiros prevista para o dia 1º de fevereiro vem crescendo em adesões e poderá ser maior do que a realizada em 2018.
Entre os motivos, segundo ele, estão a crescente de insatisfação da categoria em relação ao preço do diesel e às promessas não cumpridas após a paralisação durante o governo de Michel Temer.
Integrante do Conselho Nacional do Transporte Rodoviário de Cargas (CNTRC), que na semana passada já alertou para a possibilidade de uma paralisação nacional, a ANTB representa cerca de 4,5 mil caminhoneiros e não vê problema de realizar uma greve em plena pandemia.
“A pandemia nunca foi problema. A categoria trabalhou para cima e para baixo durante a pandemia. Muitos caminhoneiros ficaram com fome na estrada com os restaurantes fechados, mas nunca parou”, afirma Stringasci.
A categoria tem uma lista com dez reivindicações para apresentar ao governo. “Esse (diesel) é o principal ponto, porque o sócio majoritário do transporte nacional rodoviário é o combustível (50% a 60% do valor da viagem). Queremos uma mudança na política de preço dos combustíveis, com reajuste a cada seis meses ou um ano, diz.
Outras reivindicações são o preço mínimo de frete, parado no Supremo Tribunal Federal (STF), após um recurso do agronegócio, e a implantação do Código Identificador de Operação de Transporte (Ciot), duas conquistas de 2018.
Para resolver a questão e não fazer a greve, os caminhoneiros querem uma reunião com a presença do presidente da República, Jair Bolsonaro, que recebeu o apoio da categoria nas eleições de 2018.
“A categoria apoiou ele em 100% praticamente nas eleições. Então. agora exige a presença dele na reunião”, explica Stringasci. Ele ressalta que a greve já tem 70% de apoio entre os caminhoneiros. “A população está aderindo bem, os pequenos produtores da agricultura familiar também. Se não for igual, eu creio que (a greve) vai ser bem mais forte do que 2018”, alerta.