Cristiane Lima Leite, 34 anos, não tinha nenhuma comorbidade, e mesmo assim foi vítima da Covid-19. A moradora de Mongaguá, no litoral de São Paulo, apresentou sintomas por 11 dias, sofreu duas paradas cardiorrespiratórias e morreu por complicações geradas pela doença. “O vírus não escolhe quem vai matar”, disse a cunhada, Camilla Leite, em entrevista ao G1.
De acordo com Camilla, Cristiane estava na fila da Central de Regulação de Ofertas de Serviços de Saúde (Cross), esperando vaga para ser internada, quando veio a falecer. Ela explica que Cristiane tinha ido a uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do município no oitavo dia de sintoma. Foi feito um exame de raio-X, e os médicos disseram que poderia ser uma pneumonia. Também foi realizado o teste de Covid-19, lá ela recebeu uma receita com medicamentos e foi liberada em seguida.
Cristiane passou mal e voltou ao hospital dois dias depois. No local, ela teve duas paradas cardiorrespiratórias e ficou em coma. Um tempo depois de ficar desacordada, ela não resistiu e morreu. A morte de Cristiane, que não tinha nenhuma doença pré-existente, assustou os familiares e amigos, que ficaram surpresos com o ocorrido.
“Fomos pegos de surpresa. Como assim, uma mulher de 34 anos, cheia de vida, morrer em algumas horas? Talvez, se tivessem dado mais atenção à pneumonia que acusou o raio-X? Não saberemos, nunca saberemos”, conta Camilla.
“Os números mostram [o perigo]. Um vizinho, um parente que é internado ou que falece estão aí para provar. Covid-19 mata, ninguém sabe quem vai sair dessa com vida”, ressalta.
A cunhada ainda falou que o fim de ano foi muito difícil, especialmente por não poder estar perto do irmão, esposo de Cristiane, pelo risco de contágio. Ele e os dois filhos fizeram o teste rápido, mas deu negativo, e não tiveram qualquer sintoma. Após o ocorrido, ela conta que a família continua com todos os cuidados, porém ainda sentem medo depois de presenciar o que ocorreu com Cristiane.