Na última sexta-feira (18/12), promotores do Departamento de Justiça dos EUA acusaram a empresa Zoom, referência global em vídeo-chamada, de ter trabalhado com o governo chinês para vigiar usuários. A empresa também foi acusada de suprimir chamadas de vídeo de ativistas pró-democracia.
A acusação destaca as frequentes ameaças de censura à liberdade de expressão. Isso também levanta questões sobre como o Zoom está protegendo os dados dos usuários de governos que buscam vigiar e suprimir pessoas dentro de suas fronteiras e no exterior.
Os promotores disseram que Xinjiang Jin, membro chinês executivo da empresa, trabalhou como principal contato da Zoom com os serviços de polícia e inteligência chineses. As investigações apontam que Jin compartilhou informações de usuários e encerrou chamadas de vídeo a pedido do governo chinês.
Jin monitorou o sistema de vídeo de Zoom em busca de discussões de tópicos políticos e religiosos considerados inaceitáveis pelo Partido Comunista da China, afirma a denúncia. Ele deu ainda aos oficiais do governo comunista chinês nomes, endereços de e-mail e outras informações confidenciais de usuários, mesmo aqueles fora da China.
Jin, disse a empresa, compartilhou “uma quantidade limitada de dados de usuários individuais com as autoridades chinesas”, bem como dados sobre usuários localizados fora da China.
Jin foi demitido por violar as políticas da empresa, disse o comunicado, e outros funcionários foram colocados em licença administrativa até que a investigação seja concluída.
Durante a “pandemia”, o programa de vídeo-chamada Zoom se tornou um dos mais populares. A empresa, com sede na Califórnia, vale agora mais de US$ 100 bilhões.