O governo federal apresentou oficialmente nesta quarta-feira (16) o Plano Nacional de Imunização contra a Covid-19, em cerimônia no Palácio do Planalto. Os detalhes do plano já tinham sido adiantados no sábado (12), depois de o ministério entregar o plano ao Supremo Tribunal Federal (STF).
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) minimizou desentendimentos anteriores com governadores e outras autoridades sobre a condução das medidas contra a pandemia e defendeu a união de todo o país na busca por soluções.
“A grande força que demonstramos agora é a união para buscar a solução de algo que nos aflige há meses. Se algum de nós extrapolou ou até exagerou, foi no afã de buscar solução”, disse o presidente.
Ele também acenou ao Congresso e disse que deputados e senadores foram fundamentais na aprovação de medidas de emergência durante a pandemia. E defendeu a atuação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) na análise de potenciais vacinas.
“Obviamente, estamos tratando de vidas. Temos uma Anvisa que sempre foi referência para todos nós. Que continua tendo participação fundamental na decisão de qual vacina deve ser apresentada de forma gratuita e voluntária para todos brasileiros”, afirmou.
Falando antes de Bolsonaro, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, afirmou que o plano apresentado nesta quarta-feira (16) é uma visão macro da estratégia para imunizar a população.
Em uma aparente crítica ao governado de São Paulo, João Doria (PSDB), que questionou em ocasiões anteriores a imparcialidade da Anvisa na análise das vacinas contra a Covid-19, Pazuelo disse que a credibilidade de agência não deve ser colocada em dúvida.
“Cuidado com as pessoas que falam da nossa Anvisa. Ela é nossa referência, é referência mundial, é independente. A Anvisa está fazendo tudo com critérios técnicos e de segurança para todos os brasileiros”, afirmou.
Ele disse ainda que, mais importante do que apresentar o plano é mostrar que o país está unido e que todos os estados serão tratados “de forma igualitária e proporcional”.
“Todas as vacinas produzidas no Brasil, pelo Butantan, pela Fiocruz ou por qualquer indústria, terá a prioridade do SUS. Isso está discutido e muito bem tratado. Qualquer fumaça, qualquer discussão anterior, ficou na discussão”, completou.
O Plano de Imunização
Na versão plano apresentada nesta quarta-feira (16) não consta a estimativa de data para começo da vacinação, mas o Ministério da Saúde afirma já negociar cerca de 350 milhões de doses de imunizantes para 2021, sendo que a imunização deve exigir duas aplicações em cada pessoa.
O plano mantém quatro fases de vacinação de grupos prioritários, sendo que as três primeiras devem imunizar 49,65 milhões de pessoas. O governo também volta a considerar a população carcerária como parte do grupo prioritário para vacinação.
Nessa etapa inicial, a ideia é usar doses da vacina de Oxford/AstraZeneca, que será fabricada pela Fiocruz, além de aplicar a vacina da Pfizer em profissionais de saúde de capitais e regiões metropolitanas que atuaram na pandemia. A ideia é receber 2 milhões de doses da Pfizer no primeiro trimestre de 2021.
O texto também afirma que o governo assinou “memorandos de entendimento, não vinculantes” com Pfizer/BioNTech, Janssen, Instituto Butantan, Bharat Biotech, Moderna e Gamaleya e que “prossegue com as negociações para efetuar os contratos”.