O presidente eleito dos EUA, Joe Biden, pediu nesta segunda-feira (14) para que o atual mandatário, Donald Trump, reconheça a derrota nas eleições de novembro, agora que o Colégio Eleitoral confirmou a vitória do democrata nas urnas.
“Respeitar a vontade do povo é parte essencial da nossa democracia. Inclusive quando vemos esses resultados difíceis de aceitar. Mas essa é a obrigação de quem assumiu o dever jurado de respeitar a Constituição”, disse o democrata em discurso.
Biden fez seu discurso mais direto até o momento condenando os esforços de Trump para deslegitimar as eleições. Minutos antes, o Havaí, estado mais ocidental do país, encerrou a votação do Colégio Eleitoral, confirmando 306 delegados para Biden e 232 para Trump.
“Os 306 votos eleitorais são os mesmos recebidos por Donald Trump e pelo vice-presidente Mike Pence quando ganharam em 2016. Naquela época, Trump considerou sua vantagem no Colégio Eleitoral uma vitória contundente. Segundo seus próprios padrões, estes números (306 a 232) representaram uma clara vitória naquele momento, e eu sugiro, respeitosamente, que também o faça agora”, afirmou Biden.
O candidato democrata classificou sua vitória como “clara”, lamentou que nem as recontagens em vários estados nem as derrotas judiciais “pararam as infundadas afirmações sobre a legitimidade dos resultados”, condenando as tentativas do republicano de reverter a vontade popular.
“Ainda bem que a Suprema Corte, de maneira unânime, rejeitou completa e imediatamente estas tentativas. O tribunal enviou uma clara mensagem ao presidente Trump de que não faria parte de um assalto sem precedentes à nossa democracia”, comentou Biden, sugerindo que Trump “vire a página”.
“Nesta batalha pela alma dos EUA, prevaleceu a democracia. A integridade das nossas eleições permanece intacta. Agora, é a hora de virar a página, de nos unirmos”, afirmou.
Normalmente, a votação do Colégio Eleitoral é um mero trâmite burocrático, mas neste ano ganhou grande importância devido às tentativas de Trump de deslegitimar o processo.
O presidente em fim de mandato, que deixará o posto no dia 20 de janeiro, moveu várias ações judiciais em estados decisivos para as eleições alegando, sem provas, que houve fraude nos votos por correio, método usado por vários americanos devido à pandemia.