O delegado Glauber Fontes, da Polícia Civil da Paraíba, declarou nesta terça-feira (7) que vai abrir um novo inquérito para apurar quem foram as pessoas que auxiliaram na fuga de Hélio José de Almeida Feitosa para o interior de São Paulo, na mesma semana em que ele virou o principal suspeito de ter assassinado a esposa, Pâmela Bessa do Nascimento, que estava grávida de três meses.
O crime foi cometido em 7 de setembro e completou nesta segunda-feira (7) três meses de ocorrido. Na última sexta-feira (4), Hélio foi preso no município de Rio Grande da Serra, município localizado na Região Metropolitana de São Paulo.
O delegado, agora, quer saber quem o ajudou a fugir. E responsabilizar criminalmente os responsáveis.
As declarações de Glauber foram dadas durante uma entrevista coletiva realizada na 20ª Delegacia Seccional de Polícia Civil, localizada em Cajazeiras, Sertão paraibano. Na oportunidade, ele aproveitou para dar detalhes sobre a prisão do homem, contra quem havia um mandado de prisão em aberto
Ele disse que recebeu na semana passada uma denúncia informando que Hélio José estava trabalhando nas obras de reforma de uma escola do município de Rio Grande da Serra. O delegado então entrou em contato primeiro com a Prefeitura local, para saber que escolas estavam em reforma na cidade, e depois com a 7ª Delegacia Seccional da Polícia Civil de São Paulo.
Os policiais paulistas foram em todas as escolas em reforma e localizaram o homem na terceira delas. A partir de então, cercaram o local e esperaram a melhor hora de realizar a prisão, o que aconteceu ao término do expediente, por volta das 17h15.
“A prisão tem um efeito pedagógico. Não adianta cometer um crime no interior da Paraíba, fugir para São Paulo e achar que vai sair impune”, comentou o delegado Glauber Fontes.
Glauber disse ainda que Hélio José será levado para um presídio de São Paulo, mas que nas próximas semanas deverá ser transferido para Cajazeiras e para a penitenciária da cidade.
Caso Pâmela
Pâmela morreu na noite de uma segunda-feira, 7 de setembro, em Poço de José de Moura, Sertão da Paraíba. Ela tinha 27 anos e estava grávida de três meses do seu quarto filho.
De acordo com a Polícia Civil, o principal suspeito do crime era seu companheiro, Hélio, que foi levado à delegacia e disse que havia agredido Pâmela. Ele foi liberado após prestar depoimento.
Segundo o delegado Glauber Fontes, da Delegacia de Homicídios de Cajazeiras, o suspeito não foi preso em flagrante no dia do crime porque as lesões da vítima não eram aparentes. Após o laudo e a constatação de que ele foi espancada, o mandado de prisão foi expedido.
Ao G1, o delegado relatou que Pâmela foi “barbaramente assassinada” e que Hélio “demonstrou frieza fora do comum” ao cometer o crime.
A Polícia Civil também constatou que em fevereiro deste ano Hélio já tinha agredido Pâmela e provocado um outro aborto devido as lesões.
Hélio José de Almeida Feitosa deve responder por feminicídio e aborto sem consentimento da vítima.
Feminicídio é o assassinato de uma mulher cometido devido ao fato de ela ser mulher ou em decorrência da violência doméstica. Foi inserido no Código Penal como uma qualificação do crime de homicídio em 2015 e é considerado crime hediondo.