O Sistema Solar pode chegar ao fim antes do que se previa anteriormente. É o que sugere um novo estudo feito por pesquisadores da Universidade da Califórnia e da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, publicado no periódico The Astronomical Journal, em outubro.
Usando novas simulações computadorizadas, a equipe de cientistas fez cálculos para tentar decifrar um mistério que intriga físicos e astrônomos há centenas de anos: quando ocorrerá o fim do Sistema Solar? Um dos estudos mais completos sobre o tema, divulgado em 1999, estimou a extinção em 1 quintilhão de anos.
Porém, a equipe liderada pelo astrônomo da Universidade da Califórnia Jon Zink afirma que o cálculo do século passado deixou de fora importantes variantes, com capacidade para modificar o prazo definido. Desta forma, eles resolveram fazer a sua própria simulação.
Assim, o estudo recente conseguiu estipular um novo prazo para o fim do conjunto de corpos celestes que orbitam o Sol: 1 trilhão de anos. A pesquisa afirma também que a desintegração será causada pela estrela central e maior componente do sistema.
O começo do fim
Conforme os pesquisadores, o fim do Sistema Solar começa com a morte do Sol, algo que deve acontecer em 5 bilhões de anos, quando ele inchará e envolverá as órbitas dos planetas mais próximos (Mercúrio, Vênus e Terra), levando à extinção deles.
Depois, o principal astro do sistema perderá quase a metade da sua massa, se transformando em uma gigante vermelha. Isso resultará no afrouxamento do controle gravitacional sobre os demais planetas, fazendo com que eles se distanciem ainda mais.
Tais mudanças vão tornar o Sistema Solar mais suscetível a perturbações por estrelas que passam perto, de acordo com o artigo. Atualmente, essas aproximações ocorrem a cada 23 milhões de anos, mas o novo formato do conjunto poderá deixá-las mais frequentes e com grande capacidade de desestabilizar os planetas restantes.
Um dos modelos simulados pelos cientistas prevê que as perturbações causadas pelas visitantes deixem as órbitas totalmente caóticas após 30 bilhões de anos. Já quando se passarem 50 bilhões de anos, os planetas externos (Júpiter, Saturno, Urano e Netuno) começarão a ser ejetados, processo que pode durar até 1 trilhão de anos, resultando no fim do Sistema Solar quando o último deles se for.
Marte pode sobreviver
Nas simulações feitas pelos astrônomos americanos, há indicativos de que Marte possa ser o único planeta a sobreviver, resistindo às mudanças provocadas pela fase de gigante vermelha do Sol e às atrações de outras estrelas.
Isso se deve à posição privilegiada do Planeta Vermelho, localizado no meio do caminho entre os planetas mais próximos e os mais afastados do Sol, fazendo com que ele não sofra os efeitos mais devastadores do processo.
Dessa forma, enquanto os mais distantes seriam ejetados para outras áreas da galáxia, se juntando a outros grupos de planetas, Marte continuaria a fazer parte do que sobrar do antigo Sistema Solar, até acontecer um encontro bem próximo com uma estrela, forte o suficiente para expulsá-lo dali.
É válido lembrar que este novo estudo sobre o fim do Sistema Solar não é totalmente conclusivo. Apesar disso, não existem maiores motivos para se preocupar, pois mesmo que as estimativas mudem, ainda há bilhões de anos pela frente.