O Brasil voltou a registrar aumento nas taxas de transmissão do coronavírus segundo dados divulgados nesta terça-feira, 17, pelo Imperial College de Londres. A taxa de transmissão do vírus chegou a 1,10 no País. Há três dias o índice era estimado em 0,94.
Uma taxa de transmissão de 1,10 significa que cem pessoas contaminadas transmitem o vírus para outras 110. A partir de abril, o País apresentou taxas acima de 1, situação considerada “fora de controle”. Em agosto, o índice baixou.
Junto com outros países como Portugal, Itália e Reino Unido, o Brasil foi classificado agora pelo Imperial College em fase de crescimento da doença. O relatório divulgado pela instituição britânica apresenta previsões de óbitos pela doença e análise de tendências de notificação de casos para 72 países com transmissão ativa.
O Imperial College recomenda cautela na análise dos dados uma vez que “o registro de mortes e casos no Brasil está mudando frequentemente”, segundo o relatório divulgado nesta terça. Nas últimas semanas, houve falhas nos sistemas de registro do Ministério da Saúde e, portanto, subnotificação de infecções e mortes pela covid-19.
Desde o início da pandemia, a instituição faz projeções matemáticas do crescimento da pandemia e avaliações das ações em andamento.
Hospitalizações crescem
Os dados de aumento da taxa de transmissão, no entanto, coincidem com uma alta das internações por covid-19 já registrada em São Paulo e em outros Estados. A média diária de novas internações ligadas à covid-19 em São Paulo subiu 18% na última semana, segundo dados divulgados na segunda-feira, 16, em coletiva de imprensa.
Com o aumento, que abrange tanto a rede pública quanto a privada, o governo João Doria (PSDB) decidiu adiar em duas semanas a reclassificação do Plano São Paulo, que colocaria quase 90% do Estado na fase verde, de maior flexibilidade da quarentena e de reabertura econômica.