O governo britânico prometeu fornecer às crianças de famílias carentes duramente atingidas pela pandemia de coronavírus refeições gratuitas durante as férias de Natal e depois, anunciou neste domingo (8) o jogador de futebol Marcus Rashford, que lidera a campanha.
No Reino Unido, as crianças mais pobres recebem refeições gratuitas durante o período escolar, mas não durante as férias.
Diante das dificuldades econômicas provocadas pelo coronavírus, o astro do Manchester United pediu ao governo que alimentasse gratuitamente mais de um milhão de crianças durante as férias escolares.
O jogador de 23 anos afirmou que recebeu um telefonema do primeiro-ministro Boris Johnson no sábado, logo após a vitória de seu time por 3 a 1 na Premier League em partida contra o Everton. O chefe do governo britânico disse a ele que finalmente liberaria os fundos para esse programa.
“Tive uma boa conversa com o primeiro-ministro para entender melhor o plano que ele propôs e saúdo as medidas que foram tomadas para combater a pobreza alimentar infantil”, afirmou o jogador em um comunicado.
Marcus Rashford já havia feito o governo recuar ao forçá-lo a estender esse programa de alimentação gratuita durante o verão (boreal), implementado durante o confinamento e fechamento das escolas.
A decisão de Boris Johnson representa uma nova reviravolta neste caso, depois que o governo se recusou em outubro a estender essas refeições gratuitas durante o feriado de Finados.
Mas a campanha de Marcus Rashford comoveu muitos britânicos, especialmente com a aproximação do Natal, e o governo passou a ser regularmente acusado nos jornais de ser cruel.
O jogador de futebol, natural do norte da Inglaterra, onde também cresceu na pobreza, disse estar “muito orgulhoso” daqueles que apoiaram sua campanha, prometendo “lutar pelo resto da (sua) vida” para evitar que as crianças britânicas passem fome.
A ministra do Trabalho e Previdência, Therese Coffey, anunciou que mais 170 milhões de libras (188 milhões de euros) serão disponibilizadas para financiar o programa durante o período de Natal de 2020, mas também durante a Páscoa e o verão e Natal de 2021.
“Queremos ter certeza de que as pessoas vulneráveis se sintam bem cuidadas durante esse período difícil”, disse ela, “e, o mais importante, que ninguém passe fome ou não consiga pagar suas contas este inverno”.