O treinador português Luís Castro, do Shakhtar Donetsk, tocou em um ponto que tem sido pouco falado sobre casos de covid-19 no futebol. Ele revelou que alguns jogadores do elenco da equipe ucraniana tiveram sequelas da doença, após o término da infecção. E ressaltou que a a seriedade da doença não tem recebido a devida atenção.
“Infelizmente as pessoas não estão a respeitar um vírus tão perigoso como este. Quando olho para os 10 jogadores que tivemos infectados, três deles tiveram problemas pulmonares e um teve problemas de coração. Só nessa altura percebi o que estava a acontecer, fez-me tomar a consciência do perigo, pois quando é ao nosso lado ficamos mais sensíveis”, observou o treinador, defendendo a ausência de público, na coletiva sobre a partida de sua equipe contra o Borussia Moenchengladbach, pela Champions League, nesta terça-feira (3).
Ele não citou quais jogadores tiveram as sequelas, mas a situação é bem plausível em se tratando da doença.
A covid, aparentemente, não tem causado situações mais graves entre os jogadores, por eles estarem fora do grupo de risco e praticarem exercícios e, com boa alimentação, não terem problemas imunológicos.
Acontece que, por trás da aparência, algumas complicações podem ocorrer.
Recentemente, alertando sobre essa possibilidade, o médico-responsável da Federação Paulista de Futebol, Moisés Cohen, afirmou ao R7 que a entidade tem exigido que os clubes realizem um acompanhamento posterior dos jogadores curados.
“A Federação Paulista tem dado essa orientação aos clubes e cobrado os médicos. O mais importante é o exame clínico bem feito, não só pulmonar, como também cardiológico. O vírus pode afetar o coração e isso vale para todas as pessoas. Pode evitar, por exemplo, a ocorrência de uma morte súbita. Em relação aos jogadores, esse cuidado também é necessário, já que eles atuam em um esporte de alto rendimento e o coronavírus pode acometer o músculo cardíaco”, afirmou.