Metade dos empreendedores paraibanos recorreram a empréstimos bancários para gerenciamento de crise durante a pandemia do novo coronavírus, segundo uma pesquisa feita pelo Sebrae Paraíba divulgada nesta quarta-feira (21). O estudo foi feito em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV) e ouviu 57 donos de pequenos negócios entre 29 de setembro e 1 de outubro, na Paraíba.
De acordo com a oitava edição do levantamento “O Impacto da Pandemia de Coronavírus nos Pequenos Negócios” 57% dos empresários paraibanos decidiram buscar ajuda financeira nas agências bancárias. Desses, 50% buscaram empréstimo na Caixa Econômica Federal, 41% recorreram ao Banco do Nordeste e outros 27% escolheram o Banco do Brasil.
Ainda conforme os resultados da pesquisa, dos que deram entrada no pedido de empréstimo na CEF, 31% conseguiram o crédito. Já os que tentaram no Banco do Nordeste, apenas 16% conseguiram. Dos que deram entrada no pedido de crédito no BB, 29% tiveram o empréstimo concedido.
Os empresários também foram perguntados a respeito do empréstimo que foi disponibilizado recentemente pelo governo, feito via maquininha de cartão. Dos ouvidos, apenas 3% afirmaram ter solicitado o crédito.
Ao G1, o especialista em finanças Andreson Ruan explicou os critérios que mais contam no momento da liberação de um empréstimo para pessoa jurídica. “Quando falamos em aprovação de crédito, observamos aspectos como perfil do sócio, faturamento, além do histórico de crédito. Infelizmente, tais empresas sentem dificuldade em receber créditos mais expressivos, por não possuírem tais requisitos, principalmente nos dois primeiros anos da constituição”.
Andreson também acrescenta que além dos aspectos citados, “a alta inadimplência e o alto índice de falência das micro e pequenas empresas fortalecem a rigidez nas liberações de crédito, sendo facilitados nas operações onde garantias reais são incluídas, como créditos com garantia de recebíveis, veículos ou mesmo imóveis”.
A pesquisa também mostra que, mesmo com empréstimos ou outros meios de tentar contornar a crise na pandemia, 44% dos ouvidos afirmaram que ainda têm muitas dificuldades para manter o negócio.