As operadoras brasileiras querem usar filtros nas parabólicas para evitar a interferência do 5G nos canais de TV abertos transmitidos via satélite (TVRO), mas a implementação dessa solução pode demorar até sete anos. O prazo foi citado no relatório apresentado nesta quinta-feira (15) pela Conexis Brasil Digital, entidade que reúne as empresas de telecomunicação do país antigamente conhecida como SindiTeleBrasil.
Conforme o cronograma, as operadoras instalariam os filtros nas antenas parabólicas em 12 capitais, no primeiro ano após o leilão do 5G. Além de Brasília (DF), seriam atendidas Belo Horizonte (MG), Cuiabá (MT), Curitiba (PR), Fortaleza (CE), Manaus (AM), Natal (RN), Porto Alegre (RS), Recife (PE), Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA) e São Paulo (SP).
No ano seguinte, as capitais que ficaram de fora e os municípios com mais de 500 mil habitantes seriam beneficiados. Já na terceira fase, 36 meses após o início, entrariam as cidades com pelo menos 200 mil moradores, seguidas pelas de 100 mil habitantes e assim por diante, até completar o prazo de 84 meses.
O detalhe é que essa ordem de substituição dos filtros nas parabólicas também pode ser uma estimativa do cronograma de ativação das redes 5G no Brasil, depois da realização do leilão pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), previsto para meados de 2021.
Migração para a banda Ku é uma alternativa
Além da instalação de filtros nas antenas, uma alternativa para eliminar a interferência do 5G nos canais abertos via satélite é a migração dessas emissoras da banda C para a banda Ku.
Porém, a Conexis afirma que tal solução teria um custo oito vezes maior em comparação com o uso dos filtros TVRO, além da exigência de atender todos os 5.570 municípios brasileiros.
No caso dos filtros, a entidade estima atender 1,4 milhão de pessoas, todas integrantes do CadÚnico do governo federal e residentes em áreas suscetíveis à interferência.