Tida como uma “certeza” pelo presidente do órgão e já nos planos do governo desde 2019, a privatização dos Correios teve mais um avanço. Segundo o jornal O Globo, o projeto de lei (PL) que permite a negociação da estatal de serviços postais está pronto e vai avançar no Legislativo.
O documento é assinado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, e flexibiliza a possibilidade de vender a companhia nacional. Agora, o Congresso vai debater o PL e pode solicitar alguma alteração. Na hipótese mais otimista trabalhada pelo governo, a intenção será aprovada ainda este ano para que o leilão ocorra em 2021.
Diversas companhias estariam interessadas na aquisição, desde marcas brasileiras (como a Magazine Luiza) até estrangeiras (incluindo Amazon, Alibaba, Mercado Livre e DHL). Por enquanto, entretanto, não há “nenhuma proposta formal de compra”, de acordo com o ministro das Comunicações, Fábio Faria.
Caminho difícil
Ainda segundo O Globo, o texto de Guedes altera o conceito de que a União deve ser a responsável por garantir o serviço postal — atualmente, isso significa também que ela deve fornecer o serviço, mas a ideia é que o governo apenas seja responsável por garantir o atendimento a toda a população.
É nesse ponto que está uma das principais críticas dos opositores à privatização: companhias privadas não seriam capazes ou não estariam financeiramente interessadas em garantir uma cobertura nacional de entregas. Afinal, é o alcance da empresa sem o retorno financeiro esperado que pode afastar as empresas privadas envolvidas nas operações futuras.