A pandemia do novo coronavírus desacelerou no Brasil nos últimos três meses, segundo informações oficiais dos governos estaduais compiladas pela CNN.
Um dos principais referenciais para medir a evolução da pandemia, a chamada média móvel, média de registros de um período de sete dias, vem indicando um patamar de 31% menos casos e 42% menos mortes diárias.
As mortes voltaram ao nível de maio, abaixo das 600 por dia, e os casos ao nível de junho, na casa dos 25 mil. No entanto, os patamares da pandemia no Brasil, como observou a Organização Mundial da Saúde (OMS), ainda seguem altos. Esses números justificaram medidas severas de quarentena e distanciamento social em parte dos estados e cidades brasileiras.
As médias móveis mais altas de toda a pandemia no Brasil foram registradas na última semana de julho. No dia 25 de julho, a maior média de mortes, com 1.102 por dia, e no dia 29, a maior média de casos, com 46.356 confirmações diárias.
Apesar de celebrar que o Brasil mostra números “estabilizando ou recuando”, o diretor-executivo da OMS, Michael Ryan, afirmou que os patamares “seguem altos” e disse temer um novo pico mais para frente.
“O fato de que a doença está desacelerando não significa que ela não vá ganhar força de novo”, disse o executivo da entidade.
Como evitar a segunda onda
A Europa, primeiro continente fora da China a ser afetado pelo novo coronavírus, está enfrentando novos picos da pandemia. Em países como Espanha e França, autoridades registram novos recordes de casos da Covid-19 e voltaram a adotar medidas de distanciamento social.
Em entrevista exclusiva à CNN neste domingo (11), o ex-secretário nacional de Vigilância em Saúde Wanderson de Oliveira afirmou que o Brasil vive uma “janela de oportunidade” para manter o ritmo de queda e evitar a necessidade de novas medidas rígidas de isolamento.
Segundo o ex-secretário, essa janela se explica pela proximidade do verão, onde a tendência de propagação da Covid-19 é menor.
Para aproveitar essa janela, explica Wanderson, o Brasil deve considerar que a flexibilização está levando muitas pessoas sem anticorpos para o novo coronavírus de volta às ruas. Caso não haja atenção para as medidas de higiene e isolamento, argumenta, o país pode reverter a queda.
“É um momento de aumentar a vigilância e de não flexbilizar o cuidado. No entanto, é possível sim implementar medidas de distanciamento social mesmo com a abertura de algumas atividades econômicas de forma mais segura do que no período que vivemos meses atrás”, disse o ex-secretário.
Números da Covid-19
Segundo o balanço divulgado nesta segunda-feira (12), o Brasil acumula 5.103.408 casos confirmados da Covid-19, com 150.689 mortes, sendo 201 confirmadas nas últimas 24 horas. O Ministério da Saúde estima que 4.495.269 (88,1% do total) já tenham se recuperado, enquanto outros 457.450 casos (9,0%) estão em acompanhamento.