A cidade de Diamante (PB) lamentou a perda do ex-deputado e médico Armando Abílio Vieira, filho ilustre do município, aos 75 anos. O diamantense foi vítima de um infarto nessa segunda-feira (12) na cidade de Esperança, onde residia. Segundo a família, ele faleceu enquanto dormia.
Armando nasceu em 1944. Filho de Agemiro Abílio (1910-1983) — que foi o primeiro prefeito eleito de Diamante, governando a cidade entre os anos de 1963 e 1965 — o médico já carregava em sua ‘bagagem’ um forte laço político. Sua mãe era a comerciante e agropecuarista Luiza Martins Abílio Vieira, que tinha uma personalidade forte. Além do ex-político, ela tinha duas filhas: Maria Antuza Abílio Duarte e Armanda Maria Abílio Diniz.
Da esquerda para Direita: Armando Abílio (foto da época de formatura em Medicina; seu pai Argemiro Abílio e sua mãe Senhora Luiza Martins Abílio Vieira.
O sertanejo teve seus estudos primários no município diamantense e terminou o ensino básico no Seminário Nossa Senhora da Assunção, da Diocese de Cajazeiras, sendo inclusive ex-seminarista, vestindo a “batina” (como se fala na região), isso no fim dos anos de 1950. Formou-se em medicina pela Faculdade de Ciências Médicas de Pernambuco, entre 1962-1968.
Foto: ao lado, Armando Abílio vestido de Batina e suas irmãs
Nunca esqueceu as origens
Durante seus estudos fora de sua terra natal, Armando nunca esqueceu de suas origens, sempre passando suas férias em Diamante. Tinha como seus melhores amigos de infância e adolescência seus primos: Crisanto Abílio, Dedé Pegado, Assis Marçal, Omar Ventura;, dentre outros.
Já formado em medicina, sempre que estava no município diamantensen, atendia na residência dos seus pais todos os cidadãos que procuravam para tratamento médico, inclusive sempre levava muitos remédios e distribuía gratuitamente. Formavam-se filas durante vários dias que passava na cidade e não deixava de “receitar” ninguém. E quando já no seu trabalho, como médico, em Areia ou Bananeiras, recebia conterrâneos e encaminhava para os cuidados e tratamentos nos hospitais locais, principalmente no Hospital Geral de Esperança.
Em Diamante ele adorava fazer suas caminhadas em direção ao sítio Sabonete, já com seus filhos, que adoravam passear a cavalo pela localidade. Sua esposa era Rosimere Bronzeado, com quem teve cinco filho, sendo eles: Ana Luiza (em homenagem às duas avós), Renata, Cíntia; Juliana, e José Bronzeado Neto (apelidado de “Paizinho”, igual ao avô).
Com origem bastante religiosa, seu pai era o organizador da Festa de São Sebastião em Diamante. Antes de falecer, ele pediu para o filho continuar à frente do evento na cidade, e isso ele fez por muitos anos, juntamente com sua irmã, a médica Antuza Abílio.
Vida na política
Armando Abílio iniciou sua carreira política no início da década de 80. Primeiro, foi eleito vice-prefeito de Esperança. Em 1990, foi eleito deputado estadual mais votado. No parlamentou paraibano ocupou funções muito importantes na Mesa Diretora da Assembleia Legislativa da Paraíba, como o cargo de segundo vice-presidente da Casa Epitácio Pessoa, até o ano de 1992. Em 1993, tornou-se primeiro vice-presidente, cargo que desempenhou até o final da legislatura. Em 1994, foi eleito deputado federal pela primeira vez, sendo o segundo mais votado no Estado. Foi reeleito em 1998, 2002 e 2006. Nas eleições de 2010, não conseguiu novo mandato, mas acabou retornando à Câmara dos Deputados, em Brasília em 2012, na condição de suplente.
Além dos mandatos políticos, Armando Abílio fundou e dirigiu, por décadas, o Hospital de Geral de Esperança. No governo de Cássio Cunha Lima foi secretário de Trabalho e Ação Social do governo da Paraíba, entre 2003 e 2006.
Apaixonado pela medicina, onde exercia sua profissão com vocação, diariamente atendia em sua clínica particular na cidade de Esperança. Também apaixonado por rádio, apresentava e participava do programa Tribuna do Povo, em duas emissoras de rádio de sua propriedade – todos os sábados -, sempre com entrevistas, debates e muita prestação de serviços à comunidade.
O velório do ex-deputado federal acontece em sua residência, na Rua Mons. Palmeira, Centro de Esperança. O sepultamento está marcado para às 10h desta terça-feira (13), no Cemitério Municipal.