A criança de 3 anos estuprada e assassinada na segunda-feira (5), em Patos, Sertão da Paraíba, foi estrangulada até a morte pelo padrasto, segundo a Polícia Civil. A mãe da menina presenciou o crime e sabia de outros abusos, segundo relatou em depoimento ao delegado Sylvio Rabelo, que investiga o caso, e disse que não reagiu ou chamou a polícia porque tinha medo do companheiro.
O homem foi preso suspeito de espancar, abusar sexualmente e matar a enteada. Conforme o delegado, o crime aconteceu de madrugada em uma residência onde moravam a garota e o casal.
Durante a manhã, os familiares do suspeito Geraldo dos Santos, de 25 anos, notaram um comportamento estranho na casa. Quando entraram no imóvel, se depararam com o corpo da criança.
O delegado informa que neste momento uma confusão ocorreu, o que chamou atenção da vizinhança e causou aglomeração. Vizinhos tomaram conhecimento do fato e agrediram o suspeito, quando a polícia foi acionada.
O homem foi detido e encaminhado para o Hospital Regional de Patos e, em seguida, foi conduzido pela Polícia Militar para a delegacia de Polícia Civil.
A mãe da criança foi ouvida nesta terça-feira (6). Ainda de acordo com o delegado Sylvio Rabelo, ela disse que tinha conhecimento que a filha era abusada e que, inclusive, viu que o companheiro estava espancando a criança na hora do crime. Quando perguntada porque não reagiu, não gritou ou chamou a polícia, ela disse que tinha medo do companheiro.
Segundo a polícia, testemunhas afirmaram que a mãe permitia a conduta e também chegou a ter participação no crime, planejando uma forma de se desfazer do corpo e de manter o crime impune.
O corpo da criança foi levado para o Núcleo de Medicina e Odontologia Legal (Numol) de Patos. O laudo pericial confirma diversos abusos sexuais e sinais de espancamento, de acordo com o delegado Sylvio Rabelo.
O suspeito é detento do regime semiaberto, que deixou a prisão devido à pandemia da Covid-19 e estava preso por tentativa de homicídio. Conforme o delegado seccional George Wellington, o homem já tem histórico de agressões cometidas contra a garota e contra a mãe da vítima.
A mãe da criança é natural do estado do Maranhão e conheceu o atual companheiro pelas redes sociais, quando decidiu ir morar em Patos. Já o homem é natural de Patos, na Paraíba. Os dois foram levados para o Presídio de Patos, onde aguardam decisão da Justiça.