Hackers de China, Irã e Rússia tentaram atacar organizações e pessoas vinculadas às campanhas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e do democrata Joe Biden com a intenção de influenciar as eleições de novembro, segundo um relatório divulgado nesta quinta-feira pela Microsoft.
O relatório indica que as atividades de infiltração detectadas “deixam claro que grupos estrangeiros aumentaram seus esforços com o objetivo de afetar as eleições de 2020.”
Os ataques ocorreram nos últimos meses e incluem movimentações de grupos russos já identificadas pelo governo dos Estados Unidos como tentativas de influenciar as eleições de 2016.
Os detalhes do relatório chegam um dia após um informante do governo americano ter revelado que a Casa Branca e o Departamento de Segurança Nacional tentaram minimizar os relatórios de inteligência que mostravam a extensão da interferência eleitoral russa, e em vez disso se concentraram na investigação da influência chinesa e da iraniana.
Os hackers russos atacaram mais de 200 organizações, incluindo os partidos Republicano e Democrata, além de consultores ligados a atividades relacionadas com as eleições e organizações britânicas e europeias, detalhou a Microsoft. O relatório ainda menciona o Partido Popular Europeu e o think thank German Marshall Fund.
Também consta no relatório que os hackers chineses têm tentado, desde março, se infiltrar em equipamentos de pessoas associadas à campanha presidencial de Joe Biden e como líderes de grupos de influência em relações internacionais e think thanks, como o Atlantic Council.
“O grupo (chinês) também marcou como algo uma pessoa importante anteriormente associada ao governo Trump”, acrescentou a análise, que também cita que grupos do Irã tentaram obter acesso entre maio e junho a dados de pessoas associadas à campanha do atual presidente, além de funcionários de altos cargos do governo americano.
Os investigadores da Microsoft acreditam que as técnicas dos hackers russos evoluíram e agora incluem a automatização de alguns aspectos das tentativas de acesso com “força bruta”, assim como “novas ferramentas de reconhecimento e novas técnicas para ocultar os ataques.”
A empresa afirma que os mecanismos de segurança repeliram “a maior parte dos ataques.”
“Acreditamos que é importante para o mundo conhecer as ameaças aos processos democráticos. É essencial que todas as pessoas envolvidas nestes processos em todo o mundo estejam conscientes destas ameaças e tomem medidas para se protegerem pessoal e profissionalmente”, ressaltou a Microsoft.