O procurador Alessandro Oliveira, novo chefe da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba, e integrantes do grupo de investigação em Curitiba convocaram neste domingo, 6, membros do Ministério Público e apoiadores da operação a acompanharem na próxima terça-feira, 8, a sessão do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) que pode punir o procurador Deltan Dallagnol.
A sanção seria aplicada a partir de um processo movido pelo senador Renan Calheiros (MDB-AL), que acusa o procurador de ter feito uma espécie de campanha política contra ele ao utilizar as redes sociais para defender o voto aberto para a eleição à Presidência do Senado.
O caso havia sido paralisado por uma decisão liminar do decano do Supremo Tribunal Federal (STF), Celso de Mello, mas acabou retomado por ordem do ministro Gilmar Mendes, que viu risco de prescrição caso o tema não fosse de pronto à votação. “O caso não envolve a atuação do procurador em processos da Lava Jato. O pedido é para que Deltan seja punido pelo CNMP por manifestações realizadas em redes sociais, a exemplo de postagem em que ele se posicionou a favor do voto aberto para a escolha do Presidente do Senado. Essas manifestações de Deltan, como outras feitas, são em defesa da causa anticorrupção, em defesa da sociedade. A alegação de que isso seria uma falta funcional já foi apresentada à Corregedoria do Ministério Público Federal, analisada e rechaçada”, disse, no vídeo, o procurador Alessandro Oliveira, sucessor de Dallagnol.
Para os integrantes da Lava Jato em Curitiba, o caso deve ser analisado sob a ótica da liberdade de expressão e da livre manifestação do pensamento, e não como uma falta funcional de um membro do MP por suposta parcialidade. “Independentemente do resultado da sessão do CNMP na próxima terça-feira, seguimos acreditando que todos os membros do MP jamais desanimarão da virtude ou terão vergonha da honestidade”, disseram os procuradores.