A megadelação de Dario Messer, conhecido como o doleiro dos doleiros, começa a dar frutos.
A força-tarefa da Lava Jato no Rio de Janeiro deve anunciar nesta sexta-feira (4) que fechou dois acordos com três clientes que usaram a rede de Messer para fazer remessas ilegais de dinheiro do Brasil para outros países.
São apenas dois acordos, com três pessoas que usaram a rede do doleiro dos doleiros. Só essas três pessoas serão obrigadas pela Lava Jato a devolverem R$ 150 milhões.
Essas três pessoas usaram quatro offshores para tirar dinheiro do Brasil. A rede que Messer operava contava com 3.200 empresas de fachada.
Esses são os primeiros acordos de não-persecução penal firmados com base na delação de Messer. Ou seja, esses clientes que cometeram crime de sonegação vão devolver ao menos a metade de todo o dinheiro que tiraram do país para não serem processados.
Para conseguir uma delação, Messer entregou R$ 1 bilhão às autoridades brasileiras, o equivalente a 99,5% de seu patrimônio.
Esses R$ 150 milhões representam apenas uma fração de quatro offshores num oceano de mais de três mil que foram entregues por Messer. Esses primeiros acordos comprovam o potencial da delação.
A Lava Jato do Rio só abriu essa possibilidade de acordo para aqueles que, comprovadamente, não incorreram em crime de corrupção ou peculato, por exemplo. Só sonegadores de impostos ou quem tenha incorrido em evasão de divisas, crimes considerados menores.
Em um desses acordos, dois empresários reconhecem que enviaram dinheiro ao exterior, para Luxemburgo e para a Suíça, desde a década de 1980 até 2012, por meio de offshores.
O dinheiro mandado ao exterior era de impostos sonegados. Só neste acordo serão pagos aproximadamente US$ 24 milhões, o que equivale a R$ 127 milhões.