No começo de agosto, o rei emérito da Espanha Juan Carlos 1º deixou o país após ser acusado de corrupção.
Mas a afeição dos espanhóis pelo monarca já havia começado a diminuir em 2012, após uma infame caçada de elefantes. Junto ao rei emérito naquele safári estava sua ex-amante, Corinna zu Sayn-Wittgenstein.
Ela conversou com a BBC sobre o presente multimilionário que recebeu de Juan Carlos 1º, suas alegações de que foi investigada por agentes secretos espanhóis e sobre aquele famoso elefante.
Mas Corinna zu Sayn-Wittgenstein não quer falar sobre o elefante — o único morto pelo então rei Juan Carlos 1º, no dia 11 de abril de 2012. A imprensa noticiou que o animal tinha 50 anos e pesava cinco toneladas, com presas de marfim de mais de um metro.
Ela confirma que estava mesmo no safári e diz que estava muito distante do animal quando o disparo foi feito.
“Eu vi [o elefante] depois porque todo mundo foi lá ver”, diz ela. “Mas eu me afastei depois de dois minutos. Eu sou uma caçadora, mas eu nunca matei um elefante na minha vida e nunca mataria. Para mim, toda a experiência de caça foi traumática nesse sentido.”
O safári em Botsuana foi um presente do rei para o filho de Corinna no seu décimo aniversário.
Juan Carlos havia ficado próximo das crianças de zu Sayn-Wittgenstein durante o caso que teve com ela entre 2004 e 2009 — uma relação que não era de conhecimento do público espanhol na época. Desde 1962 ele é casado com a rainha Sofia.
“Eu não estava com vontade de ir nessa viagem”, diz zu Sayn-Wittgenstein. “Eu sentia que o rei Juan Carlos estava tentando fazer com que eu voltasse para ele, e eu não queria dar a ele uma falsa impressão. Eu quase tive uma premonição sobre essa viagem.”
Com bom motivo, pelo que ficou provado. Antes da madrugada de 13 de abril, o rei caiu em sua tenda de luxo no safári e fraturou o quadril.
Crise e escândalo
Na volta para Madri, a imprensa espanhola passou a cobrir intensamente a história. A revelação sobre a caça ao elefante veio pouco depois da investigação sobre corrupção do genro do rei, Iñaki Urdangarin, que ainda está na prisão.
Esse foi um momento de dificuldades econômicas na Espanha, com desemprego chegando a 23%. Depois de uma cirurgia, o rei Juan Carlos fez sua primeira aparição pública em um hospital, usando uma bengala. Os jornalistas perguntaram como ele estava.
“Eu peço desculpas. Eu cometi um erro e isso não vai se repetir”, disse ele.
O rei Juan Carlos era uma figura praticamente intocável por causa da história longa e violenta da Espanha. Como chefe de Estado depois da morte de Francisco Franco, em 1975, ele reinou no período de transição da ditadura para democracia e enfrentou uma tentativa de golpe em 1981. Agora, o dano à imagem do popular monarca era enorme.
“A crise explodiu porque a viagem para Botsuana expôs diversas coisas”, diz Jose Antonio Zarzalejos, ex-editor do jornal direitista e monarquista ABC.
“Primeiro, que o rei havia abertamente traído a rainha Sofia. Segundo, que no meio de uma crise econômica, Juan Carlos visitou um país onde a Espanha não tem representação diplomática. Então o rei, como chefe de Estado, estava fora do radar do governo espanhol. E terceiro que essa foi uma viagem muito cara — nós não sabíamos quem havia pago por ela. Isso criou uma imagem ruim para o rei.”
O rei Juan Carlos e zu Sayn Wittgenstein se conheceram em uma festa de tiro em fevereiro de 2004.
Ela conta que o rei estava com problemas em sua arma. “E eu sei bastante sobre o assunto, então eu sabia explicar o que estava errado. Eu acho que ele ficou bem surpreso.”
A relação entre os dois evoluiu lentamente.
“Acabamos conversando por telefone por alguns meses. O primeiro encontro foi no começo do verão. Nós sempre ríamos muito. Nós imediatamente conectamos em muitas coisas, nós tínhamos interesses comuns — política, história, comida fantástica, vinhos…”
“Eu estava morando em Londres na época, tendo recém-iniciado meu negócio de consultoria. E eu era uma mãe solteira com dois filhos. Então nós nos encontrávamos em Madri, em um chalé pequeno em uma propriedade maior, e nós viajávamos juntos.”
“No primeiro ano, foi mais difícil porque eu estava muito ocupada e ele tinha uma agenda cheia, mas ele me ligava até dez vezes por dia. Ou seja, foi uma relação imediatamente forte, profunda e significativa.”
Em um certo ponto, zu Sayn-Wittgenstein perguntou ao rei como isso afetaria a sua esposa, a rainha Sofia.
“Ele disse que eles tinham um arranjo para representar a Coroa, mas que viviam vidas completamente diferentes e separadas. E o rei havia saído de uma relação de quase 20 anos com outra senhora que tinha um lugar muito especial no seu coração e na sua vida.”
Em 2009, seu pai recebeu uma visita de Juan Carlos.
“Obviamente é um momento muito emocionante quando algo assim acontece. E eu estava apaixonada por ele, mas eu previ — como estrategista política — que seria muito difícil. E eu pensei que isso poderia desestabilizar a monarquia.”
“Por isso eu nunca encorajei muito — eu só entendi como um sinal da seriedade da relação, em vez de algo que pudesse se materializar.”
O romance acabaria naquele mesmo ano.
Traindo a amante
“Meu pai estava sofrendo de câncer pancreático e só tinha mais uns meses de vida. Então decidi passar mais tempo com ele — nós éramos muito próximos. Para meu choque enorme, logo depois do funeral, o rei me revelou que estava em uma relação com outra mulher já há três anos.”
“Isso literalmente me arrasou — era a última coisa que eu esperava. Eu realmente precisava de apoio emocional depois da morte do meu pai e a notícia foi um choque monumental para mim, emocionalmente. Eu simplesmente não esperava isso depois que ele havia proposto se casar comigo e conhecido meu pai. Eu fiquei mal por vários meses.”
Tirando a rainha Sofia, zu Sayn Wittgenstein diz que acreditava ser a única mulher na vida de Juan Carlos.
“Eu deixei bem claro que não toleraria ele ter relações com outras mulheres ao mesmo tempo. Eu acho que no fundo ele estava aterrorizado pelo que fizemos. Mas para mim, isso foi algo que eu nunca consegui superar.”
Juan Carlos em frente a Corinna zu Sayn-Wittgenstein em visita à Alemanha, em 2006 — Foto: Getty Images/BBC
Apesar de a relação ter acabado, os dois seguiram amigos — em parte porque o rei era muito próximo dos filhos de zu Sayn-Wittgenstein. No final de 2009, ele pediu para vê-la.
“Ele tinha más notícias para me dar. Ele havia sido diagnosticado com um tumor no pulmão e me convenceu de que era câncer. Ele estava apavorado. Ele disse que sua família ainda não sabia. E eu não queria abandoná-lo. Então segui sendo uma amiga devota, leal e próxima durante o tempo em que ele estava mal.”
Quando o rei estava prestes a ser operado, em 2010, zu Sayn-Wittgenstein disse que ele queria tê-la no hospital junto a ele.
“Eu dormi em um sofá do lado da cama dele antes da cirurgia, porque ele estava nervoso demais. Mas a biópsia revelou que o tumor era benigno.”
Então a família do rei chegou.
“Eu fui convidada sem cerimônias a me retirar por alguns integrantes não muito gentis do seu estafe”, ela lembra. “Quando a rainha Sofia e outros cortesãos perceberam o quão sério o rei estava em relação a mim, um nível muito grande de hostilidade se desenvolveu.”
Mesmo assim, zu Sayn-Wittgenstein disse que sua amizade com Juan Carlos continuou.
“Ele se recuperou muito lentamente da cirurgia. Então eu ia para Madri de tempos em tempos para ver como estava a reabilitação dele, como ele estava se recuperando.”
O que nos leva a 2012 — Botsuana, um elefante morto e a fratura no quadril.
“Nunca foi noticiado que fui eu quem organizou sua repatriação, porque não havia nenhum plano”, conta ela.
“Nós viajamos em um avião privado, e eu estava ciente de que o rei não estava bem de saúde — ele tinha dois médicos com ele — que é o porquê de eu estar apreensiva. Então eu mantive o avião por perto. Era uma responsabilidade enorme — ele estava preparado para cirurgia. E eu estava muito, muito nervosa de que nós não conseguiríamos fazer ele chegar em casa vivo.”
Rapidamente a história do safári virou uma sensação na imprensa e zu Sayn-Wittgenstein acredita que isso foi premeditado.
“Eu acho que essa viagem teria sido vazada mesmo sem o acidente”, ela conta. “Escândalos envolvendo o genro do rei e a filha começaram a emergir no final de 2011, e eu acho que isso colocou em ação várias facções dentro do establishment e da família real.”
“Havia forças dentro do palácio que estavam pressionando Juan Carlos, tentando apressar sua abdicação”, ela diz.
A comitiva real voltou de Botsuana para Madri no fim da noite. O rei Juan Carlos foi direto para o hospital.
“No momento que voltei daquela viagem passei a estar sob vigilância completa”, diz zu Sayn-Wittgenstein.
“Esse foi o começo da campanha para me tornar a Wallis Simpson, a Lady Macbeth, o personagem malvado que desvirtuou esse homem maravilhoso em uma viagem durante uma grande crise econômica.”
Espionagem
Foi depois da viagem para a África que zu Sayn-Wittgenstein diz que despertou atenção negativa da agência de inteligência espanhola CNI. Primeiro ela diz que seu apartamento em Mônaco foi alvo.
Corinna zu Sayn-Wittgenstein em 2019 — Foto: Getty Images/BBC
“O apartamento foi invadido quando eu estava viajando. Eu de repente recebi mensagens de uma empresa de segurança dizendo ‘nós fomos contatados por seus amigos na Espanha’. E eu mandava mensagens para o rei: ‘quem são essas pessoas, o que está acontecendo?’ Ele me disse que era para me proteger dos paparazzi.”
“Mas se ele estava preocupado com a minha segurança, ele poderia ter telefonado para seu amigo próximo, o príncipe Albert [de Mônaco], que também é um amigo meu de longa data, e dito ‘temos algumas preocupações de segurança, você pode dar uma olhada no apartamento de Corinna?'”
Então o que estavam buscando?
“Documentos — e de um jeito bastante rígido… eles passaram semanas e semanas.”
Ela diz que não sabe que tipo de papéis eles buscavam.
Em uma viagem de negócios para o Brasil, zu Sayn-Wittgenstein diz ter sido seguida. E ela diz ter recebido uma ameaça de morte anônima dizendo que Mônaco e Nice têm muitos túneis — uma referência à morte da princesa Diana. Em seu apartamento suíço, ela diz, um livro foi deixado na sua sala sobre a morte da princesa.
Ainda em 2012, ela diz que foi visitada em Londres pelo chefe da inteligência espanhola, Félix Sanz Roldán.
“Ele disse que havia sido enviado pelo rei. O aviso principal era para eu não conversar com a imprensa. Ele disse que se eu não seguisse essas instruções, ele não garantiria minha segurança física ou a segurança física dos meus filhos.”
A BBC tentou entrar em contato com Roldán (que não dirige mais a CNI) sobre essas acusações graves. Mas não houve resposta. A Iberdrola, empresa espanhola da qual ele é membro de um conselho, se negou a ajudar a BBC a contatá-lo.
Roldán é notoriamente próximo do rei Juan Carlos.
“Quando Félix Sanz foi indicado diretor do CNI, uma amizade intensa cresceu entre eles — ele protegia totalmente o rei”, diz Fernando Rueda, um acadêmico da Universidade Villanueva e especialista sobre o serviço de inteligência da Espanha.
“Mas Félix Sanz não foi o primeiro diretor do CNI a dizer para o rei que sua relação com Corinna era muito negativa e que Corinna não era de confiança.”
O que o especialista pensa sobre as acusações de zu Sayn-Wittgenstein de que foi investigada por agentes secretos?
“Ninguém sabe se isso é verdade ou não. Mas não me surpreenderia, porque se o serviço de inteligência considerasse que a segurança do Estado espanhol estivesse em perigo, eles usariam todos mecanismos para fazer alguém retornar documentos.”
Na Espanha, o rei Juan Carlos não conseguiu se livrar da maldição do elefante. Em 2014, ele abdicou em favor do seu filho Felipe. Como rei emérito, ele ainda estava ocupado com compromissos oficiais e viagens de negócios — especialmente para o Oriente Médio.
E são os contatos próximos de Juan Carlos no Oriente Médio que passaram a ser alvo de escrutínio — especialmente por promotores. Inquéritos judiciais começaram depois que gravações de um policial espanhol vieram à público.
Ele gravou todas as suas conversas com os ricos e poderosos da Europa — inclusive com zu Sayn-Wittgenstein.
Em 2018, o áudio foi publicado pela imprensa espanhola. Em uma das gravações uma voz feminina faz uma pergunta retórica sobre o rei emérito: “Como ele consegue o seu dinheiro? Ele pega aviões e vai para países árabes… E volta com dinheiro em malas — às vezes cinco milhões. Ele tem uma máquina para contar — eu vi com meus próprios olhos.”
Corinna zu Sayn-Wittgenstein nunca confirmou oficialmente que era ela na gravação. Mas as revelações das fitas eram sensacionais e se tornaram o catalizador para a abertura de investigações na Suíça e, mais recentemente, na Espanha.
O foco central das investigações são um pagamento de US$ 100 milhões (cerca de R$ 540 milhões) do falecido rei da Arábia Saudita que foi feito a uma conta em um banco suíço ligada a uma offshore baseada no Panamá em 2018. O beneficiário era o rei Juan Carlos.
A promotoria pública suíça investiga três pessoas com ligações com o rei. E quer saber se esse dinheiro está ligado com um contrato bilionário de um consórcio espanhol para construir uma ferrovia na Arábia Saudita três anos depois. Em outras palavras: foi propina?
Na Espanha, a Suprema Corte abriu uma investigação sobre o rei emérito — mas apenas para investigar possíveis crimes cometidos depois da abdicação de 2014, quando ele perdeu imunidade.
E no começo de agosto de 2020, semanas depois do inquérito, o ex-rei fez o anúncio bombástico de que estaria abandonando a Espanha; depois de duas semanas de especulação sobre seu paradeiro, o palácio real espanhol confirmou que ele está nos Emirados Árabes.
Então onde Corinna zu Sayn-Wittgenstein se encaixa? Ela é um dos indivíduos sendo investigada pelos promotores suíços. E isso é porque em 2012, durante o escândalo de Botsuana, o então rei fez uma transferência do que havia sobrado dos US$ 100 milhões recebidos da Arábia Saudita — cerca de 65 milhões de euros — para ela.
“Eu fiquei muito surpresa porque evidentemente é um presente tremendamente generoso. Mas tenho que dizer que conversas sobre a administração do seu testamento haviam ocorrido em 2011. Ele começou a falar sobre sua morte e o que queria deixar de herança.”
“Ele também mencionou que queria cuidar de mim, mas nenhuma quantia foi discutida. Ele estava preocupado que sua família não fosse respeitar seus desejos”, ela diz.
Ela afirma que recebeu o dinheiro depois que seu apartamento de Mônaco fora vasculhado e da visita que recebeu do chefe da CNI.
Depois da transferência, ela viajou para Madri para agradecer ao rei, e ele teria dito a ela que se sentia culpado por tudo que aconteceu: “Eu acho que ele estava bastante chocado de entender a extensão da pressão que eu sofri, e a extensão da destruição reputacional que havia acontecido”.
Em depoimento a um promotor suíço, zu Sayn-Wittgenstein disse acreditar que o dinheiro dado pelo rei foi um gesto de amor.
“Eu acho que foi um reconhecimento de quanto eu significava para ele, quanto [meu filho] significa para ele. Foi gratidão por cuidar dele durante seus piores momentos.”
Ela insiste que o rei não estava tentando esconder ou lavar dinheiro ao fazer a doação — apesar de em 2014 ele ter pedido o dinheiro de volta.
“Em 2014 ele fez tentativas desesperadas para que eu voltasse com ele. Em um determinado momento ele percebeu que eu não retornaria, e ele simplesmente enlouqueceu. Pediu tudo de volta. Eu acho que foi só um chilique que ele teve.”
“Agora ele confirmou para investigadores suíços que nunca pediu o dinheiro de volta e que eu nunca tive dinheiro em seu nome.”
Na Espanha, o presente multimilionário de Juan Carlos para zu-Sayn Wittgenstein gerou interesse enorme — e fúria. A notícia foi divulgada quando a Espanha enfrentava um dos piores surtos de coronavírus da Europa.
Ivette Torrent, uma jovem advogada de Barcelona, começou uma petição online para que o dinheiro fosse transferido para o sistema público de saúde.
“Trabalhadores de saúde exaustos trabalhavam milhares de horas com recursos mínimos”, dizia a petição, que afirmava que a realocação dos recursos seria “a coisa mais justa” a se fazer.
Cerca de 250 mil pessoas assinaram a petição. Então o que Torrent quer que a ex-amante do rei faça com o dinheiro?
“Eu não sei se esse dinheiro é ilegal”, diz Torrent, que afirma que o dinheiro deveria ser devolvido caso as investigações comprovem que houve crime.
E a resposta de zu Sayn-Wittgenstein?
“Eu vou deixar isso a cargo do promotor suíço. Colocar pressão em mim sobre isso não é o jeito certo de proceder.”
“Por que eu acho que neste caso todo mundo deveria devolver tudo. O que eu acho extraordinário é que eles estão concentrando 40 anos de um modus operandi dos negócios da família focando tudo em uma pessoa. E essa pessoa sou eu… Porque haverá centenas de outras contas em outras jurisdições.”
Ela deu à BBC um catálogo de números de registros na polícia sobre incidentes que ela diz terem acontecido no Reino Unido nos últimos anos.
“O assédio nunca acabou — ele se intensificou aliás”, diz ela.
“Mas nós vamos conversar sobre isso nos processos que vem aí no Reino Unido. Esse caso vai tratar de todos os elementos desta campanha de abuso. Juan Carlos será o réu, mas ele pode não ser o único réu.”
O processo no Reino Unido ainda não foi aberto.
Para Fernando Rueda, especialista sobre a CNI, há dúvidas a serem respondidas sobre as acusações de zu Sayn-Wittgenstein.
“Não faz mais sentido para o serviço secreto da Espanha assediá-la no Reino Unido com tudo já tendo sido trazido a público. O que ela está fazendo é tentando se defender ao se apresentar como vítima”, diz ele.
“O problema de Corinna é que ela está enfrentando casos legais e ela precisa explicar e justificar por que ela tem 60 milhões de euros. Ela pode ser indiciada e acabar na prisão. Mas Juan Carlos, pela lei espanhola, não pode ser indiciado.”
Apesar do problema jurídico, zu Sayn-Wittgenstein diz não ter arrependimentos sobre sua relação com o rei emérito.
“Eu não me arrependo de forma alguma da minha relação romântica com Juan Carlos. Eu tenho sentimentos sinceros por ele. E estou extremamente triste com como tudo aconteceu.”