O Palmeiras de Vanderlei Luxemburgo conquistou o Campeonato Paulista neste sábado. A vitória alviverde contra o Corinthians foi nas cobranças de pênaltis, depois de o tempo normal terminar empatado em 1 a 1.
Para o treinador do Verdão, a conquista ajuda a superar uma desconfiança sobre o trabalho do clube em 2020.
– É legal, né? O Palmeiras, quando me contratou, sabia da responsabilidade que tinha de voltar ao Palmeiras. Pelo passado e pelo presente. A responsabilidade do presente. Sabíamos que tínhamos de conquistar. E a primeira foi a Florida Cup. Agora, o Campeonato Paulista, que era muito difícil, e as pessoas começaram a criar uma desconfiança, principalmente quando o Corinthians classificou. E tentamos quebrar isso, de que não ia ganhar porque era o Corinthians – afirmou, em entrevista coletiva após o jogo.
– O Corinthians é um grande adversário, mas que pode ser batido. E os números mostravam nosso trabalho durante a competição. Eu não quero trazer os louros para mim, meu trabalho é esse, fazer os atletas trabalharem bem, porque você ganha quando você trabalha, está atento a tudo.
Luxa também exaltou os números da campanha palmeirense no torneio estadual. O time alviverde foi o que mais venceu (oito vezes), o que mais somou pontos (30) e que teve a melhor defesa, com apenas sete gols sofridos em 16 jogos.
– As pessoas analisam um jogo, não o geral. O Palmeiras tem a defesa menos vazada, é a equipe que mais finalizou a gol durante a competição. O Palmeiras é a equipe que mais tem transição ofensiva. Tem alguns números importantes que as pessoas não analisam – disse.
– Quando o técnico tem algumas coisas que precisam ser feitas, de repente você quer botar um time mais ofensivo, mas se tornar mais ofensivo ele vai ficar muito vulnerável. Aí tem de ter a sabedoria de fechar um pouco mais e fazer as mudanças ao longo do jogo, de ir tornando a equipe um pouco mais leve durante o jogo – acrescentou.
Promovido ao elenco profissional em 2020, Patrick de Paula foi o responsável por marcar o gol do título palmeirense. O meio-campista de 20 anos tem recebido elogios da comissão técnica palmeirense.
– E perguntam: por que eu coloquei um menino (Patrick de Paula) de 20 anos para bater? Porque eu tenho 68 anos e não ia bater na bola. Há dois anos ele estava na favela jogando bola. E lá na favela o tiro come para lá, para cá. Ele não está nem aí para bater o pênalti. Ele vai fazer isso aí. E ele vai amadurecer ao longo do tempo. Acho que o Palmeiras mereceu a conquista do Campeonato. Não só por hoje.
O Palmeiras encerrou neste sábado um jejum de 12 anos sem títulos do Campeonato Paulista. Os últimos cinco conquistados pelo clube no torneio estadual foram com Vanderlei Luxemburgo: 1993, 1994, 1996, 2008 e agora 2020.
O jogo:
– Hoje comecei com Willian, Luiz Adriano e Zé Rafael, porque eu queria o Rony no segundo tempo, a equipe do Corinthians ia sentir o peso da grama sintética. E aí conseguimos impor o maior ritmo de jogo no segundo tempo. A escolha era difícil, porque o Gabriel Menino é muito menino. O Zé Rafael também não tava bem, mas tem experiência. Optei por tirar o Menino e fortalecer o meio de campo com o Bruno Henrique e o Zé Rafael, e introduzir o Rony do lado de lá. Aí começamos a ajeitar e entender o jogo do Corinthians. Aí o segundo tempo foi completamente diferente, como lá na Arena Corinthians. Essas cinco substituições te dão uma vantagem, uma coisa muito boa.
Dérbi na final:
– Queria dar os parabéns ao Tiago, porque o Corinthians é um adversário muito difícil, mas fiz meus jogadores entenderem que não era um desafio ganhar do Corinthians. Era uma oportunidade. Uma pena que passamos um sufoco, porque o Weverton caiu e o Luiz Flavio deu um minuto a mais. Faz parte do jogo, mas aí acalmei o pessoal. Eles estavam com a cabeça arriada. “Vamos botar a cabeça no lugar, treinamos para bater, temos bons cobradores”. E aí o treinamento prevaleceu. O Weverton foi muito bem, os pênaltis. E o Patrick de Paula disse que queria bater o quinto pênalti. Ele foi lá e bateu com propriedade.
Cobranças de pênaltis:
– Eu fiquei olhando quem tava se escondendo, quem não tava se escondendo. O Raphael Veiga falou que queria bater, aí o Bruno Henrique falou que também queria. O Raphael Veiga bate muito bem. O Lucas Lima tinha treinado muito bem, o Bruno também. Eu olhei para o semblante e escolhi quem queria bater. O Felipe Melo não quis, porque vinha de uma lesão.
Mensagem para os palmeirenses:
– Eu queria aproveitar para agradecer o presidente do Palmeiras, o Mauricio Galiotte, o vice-presidente, os dirigentes, o presidente do Conselho, a torcida do Palmeiras, que está junto com a gente, que estava merecendo esse título, porque estavam sofrendo nestes últimos anos com o Corinthians.
– Mandar um abraço para os dirigentes, os jogadores, a comissão técnica, mandar um abraço para a Leila (Pereira, conselheira e presidente da Crefisa), para o Zé (Roberto Lamacchia, conselheiro e dono da Crefisa), porque vocês são fantásticos. Eu nunca vi participar de um projeto com patrocinador e parceiro que está presente a todo momento, participando e contribuindo com o clube. Um abraço carinhoso para vocês. É um prazer trabalhar com vocês. É um momento de agradecimento às pessoas importantes que estão no processo do Palmeiras.