As irmãs Krestina, Angelina e Maria Khachaturyan começam a ser julgadas nesta sexta-feira (31), na Rússia. O caso é polêmico porque apesar das três serem acusadas de homicídio premeditado por matar o pai a facadas, em depoimento, elas alegaram legítima defesa e relataram anos de violência e abuso por parte do pai. O problema é que o país não possui uma lei sobre violência doméstica.
No dia 27 de julho de 2018, após aplicar um spray de pimenta nas três irmãs por não terem arrumado o apartamento, elas decidiram matar o pai. Quando Mikhail dormiu, elas o atacaram com uma faca, um martelo e o mesmo spray que ele tinha usado para castiga-las. Após o ato, elas chamaram a polícia e uma ambulância.
Krestina, na época com 19 anos, Angelina, de 18, e Maria, ainda menor, aos 17 anos foram presas no dia seguinte. Elas confessaram o crime, mas também contaram viver há anos sob abusos físicos e psicológicos pelo pai, além de abusos sexuais. Como Maria era menor de idade, será julgada separadamente.
A prisão das jovens gerou grande repercussão na Rússia, já que uma lei de 2017 descriminalizou os delitos de abuso doméstico pela primeira vez, e deixou desaparadas as vítimas deste tipo de violência intrafamiliar.
O caso ganhou grande repercussão e mobilizou grupos de direitos humanos. Em janeiro, os promotres chegaram a retirar as acusações contra as irmãs, que respondem em liberdade, mas com restrições de horário e locomoção.
Mas em maio deste ano o mesmo promotor que havia mudado a acusação para legítima defesa, manteve a acusações de homicídio premeditado contra Krestina e Angelina, o que poderia gerar uma pena de até 20 anos de prisão.