A vendedora Débora Vasconcelos viveu momentos de muito sofrimento nos últimos dias, em Campina Grande. O esposo dela, de 43 anos, e a sogra, de 75 anos, morreram por Covid-19 depois de serem internados em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Cláudia também foi contaminada pelo coronavírus, mas se recuperou. Ela conta que depois que o marido se internou na UTI, só o viu mais uma vez. "A última vez que eu vi ele foi para reconhecer o corpo", declara.
Quem primeiro apresentou o sintomas foi a sogra de Débora, Antônia Maria de Melo. Eram sintomas de uma simples gripe, mas que logo passou para Severino do Ramo de Melo, marido de Débora. Foi nesse momento que começaram a suspeita que os sintomas poderiam ser da Covid-19, principalmente pela forma rápida que se disseminou.
"Eles começaram a apresentar cansaço em casa, respiração ofegante, mesmo fazendo todo o tratamento em casa. Mas, infelizmente, não teve muita eficácia", confessa Débora.
Severino foi internado no dia 12 de junho, dia dos namorados. "A gente ia comemorar e não pudemos, tive que chamar a ambulância para ele ir [para o hospital]. A gente começa a viver uma incerteza se a pessoa vai voltar ou não. Começamos a viver um misto de esperança e luto, a partir do momento em que ele foi para o hospital do jeito que ele foi", desabafa.
Antônia Maia faleceu primeiro que o filho. Severino foi internado na UTI e estava um pouco acima do peso. Débora conta que ele passou 21 dias intubado. "Os dois costumavam se reunir toda manhã, ele ia para lá já pra ela não sair de casa, levava o pão e alguma coisa que ela tivesse precisando", Débora relata como era a rotina antes da internação..
"A gente acha que isso é bobagem quando não acontece com a gente. E quando acontece, todas aquelas piadas perdem a graça, tudo perde a graça", desabafa.