Após a perseguição religiosa que vem ocorrendo em Angola há cerca de 20 dias, 65 missionários brasileiros estão sob ameaça no país, relatou o bispo Honorilton Gonçalves à Live JR, programa do Jornal da Record em todas as plataformas digitais da Record TV. Ainda há, de acordo com ele, missionários de Moçambique e São Tomé e Princípe na mesma situação.
As ações dos invasores tiveram início no dia 22 de junho quando ex-pastores angolanos expulsos da Igreja Universal por condutas imorais e até atos criminosos invadiram igrejas e agrediram pastores e seus familiares e funcionários. Em uma ação orquestrada e violenta, cinco templos foram invadidos e tiveram suas portas arrombadas.
Os espaços invadidos estão nas cidades de Luanda, Benguela, Huambo e Malange. Após o ataque, os líderes religiosos ficaram feridos e precisaram de atendimento médico.
Segundo Gonçalves, estes ex-integrantes da igreja tentam criar, a partir de uma narrativa inverídica, uma guerra entre Brasil e Angola.
"Estamos muito preocupados com a nossa segurança. Hoje mesmo recebemos uma recomendação de um membro da igreja aflito, dizendo “bispo, vai pra embaixada do Brasil”. Mas nós somos 65, a embaixada não comporta esse número todo. Todos nós nos sentimos ameaçados. Eles colocaram na narrativa essa guerra que não existe. Não há uma guerra entre brasileiros e angolanos", afirmou Gonçalves. O bispo relata que os religiosos que perderam seus lares estão morando temporariamente nas casas daqueles que ainda podem dividir moradia.
De acordo com ele, os invasores criaram um tribunal paralelo para julgar o caso de forma parcial: "Eles investigaram, acusaram e tomaram a decisão de invadir determinados prédios, retirar moradores de apartamentos e casos, tomar aproximadamente 100 prédios, 20 residências, 100 viaturas pertencentes à igreja, tudo dentro desse tribunal de exceção. Da noite para o dia. Estávamos completamente desarmados, mas recebemos a informação de que já havia um plano, um projeto em curso".