O procurador federal e coordenador da Lava-Jato no Paraná, Deltan Dallagnol, afirmou nesta quinta-feira (9/7), por meio do Twitter, que a força-tarefa cumprirá a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) para dar acesso às bases de dados da operação, mas que lamenta o fato. " A operação lamenta a orientação inédita de compartilhar informações sigilosas e dados privados de cidadãos sem indicar investigação específica relacionada", escreveu.
Dallagnol também afirmou que a Lava-Jato do Rio de Janeiro vai cumprir a decisão do STF, "embora entenda a decisão incabível e buscará sua revisão".
Mais cedo, o presidente do STF, Dias Toffoli, determinou que as forças-tarefas da Lava-Jato no Paraná, Rio de Janeiro e São Paulo, repassem à Procuradoria-Geral da República (PGR) todos os dados colhidos durante a operação, que está em andamemto desde 2014.
O magistrado acatou um pedido do procurador-geral da República, Augusto Aras que informou ao Supremo ter "dificuldades" no acesso aos dados.
Em nota, os procuradores da República integrantes da força-tarefa da Lava-Jato também ressaltaram que cumprirão a decisão emitida pelo STF.
"Como a força-tarefa ressaltou, para prevenir responsabilidades, o acesso às bases depende de autorização judicial, que foi obtida. No entanto, é necessário registrar que a decisão parte de pressuposto falso, pois inexiste qualquer investigação sobre agentes públicos com foro privilegiado", diz a nota.
Além disso, os integrantes também disseram lamentar que a decisão "inaugure orientação jurisprudencial nova e inédita", permitindo o acesso indiscriminado a dados privados de cidadãos.