Infectado com coronavírus, um inglês de 41 anos apresentou um sintoma não muito comum, além de tosse e febre. Ele teve também um quadro de delírio. O homem confessou à esposa que teve relacionamentos homoafetivos antes do casamento, questionou e tocou de forma inapropriada as enfermeiras e tentou “batizar” outros pacientes internados jogando água neles.
Os médicos acreditam que o vírus desencadeou o delírio — alguns estudos comprovam a relação da Covid-19 com sintomas neurológicos e alterações cerebrais. A teoria é que o episódio foi uma primeira manifestação de transtorno bipolar.
O homem estava tão agitado que precisou ser transferido para a ala psiquiátrica do hospital, sedado por 24 horas e colocado em um respirador. O vírus não foi encontrado no fluido espinhal, o que teria comprovado a sua ação no sistema nervoso central.
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Mesmo com a melhora dos sintomas, ele continuou apresentando episódios de mania e delírio, e foi sedado novamente. Depois de 20 dias internado, recebeu alta.
“Eu comecei a achar que estava em um programa de televisão, onde era enviado do futuro para salvar o NHS [sistema de saúde inglês], e estava curioso em descobrir como tudo ia terminar”, diz o paciente, que se recuperou da doença e precisou ser medicado para tratar o delírio.