As aplicações na caderneta de poupança foram impulsionadas pelas liberações do auxílio de R$ 600 e do FGTS emergencial e superaram as retiradas em R$ 20,553 bilhões no mês de junho.
Os dados, divulgados nesta segunda-feira (6), pelo BC (Banco Central), apontam para o melhor resultado da aplicação para o mês desde 1995, ano em que o indicador começou a ser disponibilizado.
A maior captação líquida para o mês ocorreu com depósitos que somaram mais de R$ 260 bilhões e saques de R$ 240 bilhões. Até então o melhor resultado da caderneta para meses de junho havia sido registrado em 2013, quando as aplicações superaram os saques em R$ 9,451 bilhões.
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No mês de maio maio, a aplicação atingiu o melhor resultado da história, com os depósitos superando as retiradas em R$ 37,2 bilhões, valor 81,2% superior ao registrado no mês passado.
No acumulado dos primeiros seis meses de 2020, o saldo positivo da poupança é de R$ 84,434 bilhões, com R$ 1,344 trilhões aplicados e R$ 1,259 trilhões retirados da caderneta. Em 2019, a aplicação terminou o primeiro semestre com saldo negativo de R$ 14,5 bilhões.
Desde o início do ano, a captação da caderneta só foi negativa nos meses de janeiro (-12,356 bilhões) e fevereiro (-3,571 bilhões) e já acumula uma série de quatro resultados positivos consecutivos, período em que soma captação líquida superior a R$ 100 bilhões.
Motivações
Os desempenhos positivos seguidos da poupança podem ser atribuídos à liberação do auxílio emergencial do governo federal a trabalhadores informais, desempregados e microempreendedores.
A Caixa disponibiliza boa parte dos recursos diretamente em uma conta-poupança dos beneficiários. Até a última quinta-feira (2), o banco estatal já havia pago mais de 64 milhões de brasileiros com 112,5 bilhões.
O FGTS emergencial, que começou a ser depositado na conta poupança social dos trabalhadores no dia 29 de junho pode ser considerado outro motivador do bom desempenho da caderneta no mês passado. Somente no dia da disponibilização dos recursos aos nascidos em janeiro, a aplicação teve saldo positivo superior a R$ 9 bilhões.
Também pesou a busca dos investidores por mais segurança em meio à crise causada pela pandemia do novo coronavírus.
Atualmente, com a Selic fixada em 2,25% ao ano, as aplicações na poupança rendem 70% da taxa básica de juros, o que representa uma rentabilidade na casa de 2% ao ano, percentual inferior a outras aplicações.