O casal Alêssa Bruna e Carlos Eduardo, de 26 e 32 anos, respectivamente, da Paraíba, usaram o isolamento social como forma de empreender e retomar a renda financeira. Com a economia desacelerando e o trabalho de Alêssa completamente parado, a solução que os dois encontraram foi confeccionar máscaras e protetores faciais, os chamados face shield, para crianças.
Carlos Eduardo é empresário e, quando o isolamento social começou, o seu setor começou a desacelerar. Já Alêssa é empreendedora autônoma de recreação para festa e eventos infantis, ou seja, seu trabalho parou completamente. “Como empreendedores que somos, pensamos e pregamos que em toda situação pode se encontrar ou mesmo construir uma boa oportunidade de fazer negócio, é só uma questão de ponto de vista”, declarou Alêssa.
A oportunidade apareceu quando o cliente de uma empresa de consultoria de Carlos Eduardo sugeriu pagar um serviço com produtos. “Percebi que eles poderiam fabricar protetores faciais, e daí vi a oportunidade que procurávamos”, relata Carlos. Então, os protetores faciais começaram a ser fabricados pelo cliente e vendidos pelo casal.
A procura tem sido boa sim e vem crescendo. O aumento, por quinzena, conforme eles avaliam, é de cerca de 15% nas vendas. Antes vendiam apenas para João Pessoa, mas estão expandindo para Campina Grande e região e Araruna e região. “Na verdade, estamos treinando e envolvendo metade da família nesse projeto”, confessou Alêssa.
Produção de máscaras infantis é a prioridade do casal paraibano durante pandemia — Foto: Alêssa Bruna/Arquivo Pessoal
Os protetores são produzidos através de um processo industrial, nada artesanal, utilizando máquinas de corte a laser, por exemplo, além de escolher com cuidado os materiais, como acrílico, acetato, entre outros. O casal fez uma boa pesquisa antes de começar a produção, buscando informações não só pela internet, mas também consultando parceiros de universidades que já produziram produtos similares que foram doados a hospitais públicos.
“Já houve procura para máscaras de pano para todas as idades, mas não vendemos essas máscaras para crianças menores de 4 anos. Crianças menores de 4 anos tendem a tocar muito o rosto, além de se sentirem muito incomodadas com as máscaras. Neste caso, indicamos os protetores faciais. São eficientes e menos incômodo”, relata Alêssa.
De acordo com a pediatra Ana Moema, a recomendação é que crianças a partir de dois anos já podem usar as máscaras, no entanto, sempre com “as orientações da forma correta para colocá-la, cobrindo queixo e nariz, retirar pelo elástico e lavagem diária com água e sabão”, esclarece.
Além disso, para as crianças mais novas, a pediatra explica que o protetor facial é o mais indicado porque é uma forma de barreira física para evitar que alguém contaminado exponha a criança a gotículas de saliva.
Casal produz máscaras para todas as idades, mas crianças se tornaram público alvo — Foto: Alêssa Bruna/Arquivo Pessoal
Produção se tornou a principal renda financeira
Com os empregos parados momentaneamente, a produção de máscaras e protetores faciais se tornou a principal renda dos dois. Os protetores faciais e máscaras são produzidos para todas as idades, mas o público alvo realmente são as crianças. “Na nossa pesquisa de mercado, percebemos que a oferta desses produtos era pouquíssima no nosso estado e a demanda só aumentava”, declara Alêssa.
“As crianças precisam sair em ocasiões específicas como ir ao pediatra, clínica, durante o período de observação na maternidade (no caso dos recém-nascidos), entre outras. São ocasioẽs inevitáveis. Se proteger e proteger as crianças é fundamental”, completa a empreendedora, que já tinha experiência com crianças e decidiu expandir o negócio.
Durante a entrega do produto, as recomendações que são dadas para o uso dos protetores faciais é higienizar com álcool 70% assim que receber o material. Para bebês, o casal recomenda a utilização de touquinhas antes de colocar o protetor.
No caso das máscaras, antes de usar, é importante deixar de molho em água com pouco de água sanitária. Segundo Alêssa, o recomendado é uma colher de água sanitária para cada litro de água. O material deve ficar imerso por pelo menos 20 minutos. Após esse período, é necessário enxaguar bem com água corrente e colocar para secar. Além disso, Alêssa explica que as máscaras de algodão nunca devem ser utilizadas molhadas.
Custo benefício
Os protetores faciais custam entre R$ 10 e R$ 28. São quatro tamanhos diferentes de protetores:
- RN (de 0 a 4 meses de idade)
- Baby (de 5 meses a 4 anos)
- Infantil (de 4 a 12 anos)
- Adulto
Já as máscaras de pano são na faixa ficam na média de R$ 5. Nesse caso, são três tamanhos diferentes de máscaras:
- P (para crianças entre 4 e 6 anos);
- M (para crianças entre 7 e 12 anos)