Os números ainda precisam ser confirmados oficialmente pelo Flamengo e seus parceiros.
Mas, diante do anunciado pela diretoria no início da madrugada dessa quinta-feira (2), logo após a vitória por 2 a 0 sobre o Boavista, pelo Estadual do Rio de Janeiro, o rubro-negro, como mandante e promotor da partida, estabeleceu marcas históricas na transmissão ao vivo (live) pela FlaTV, o canal do clube no YouTube, redes sociais e internet.
A ação parece projetar as transmissões por streaming como novo e importante canal de faturamento para o futebol brasileiro. Os números impressionam. De acordo com o que foi divulgado até agora, houve 12 milhões de visualizações durante a transmissão apenas no YouTube (o jogo foi exibido também pelo Facebook e o Twitter), com pico de mais de 2,1 milhões de views simultâneas.
Segundo informações passadas pela FlaTV, que teriam sido confirmadas pelos parceiros, o topo de audiência simultânea de 2,1 milhões teria tornado o jogo entre Flamengo e Boavista a maior live esportiva transmitida até hoje pelo YouTube.
O topo do ranking internacional pertence à cantora brasileira Marília Mendonça, com 3,3 milhões de views simultâneas.
A lista abriga outros brasileiros, o tenor italiano Andrea Bocelli (terceiro, com 2,8 milhões) e o grupo K-Pop BTS (sétimo, com 2,3 milhões). O Flamengo, com os seus 2,1 milhões, aparece agora no top ten mundial, em nono lugar. Por enquanto, é a única transmissão esportiva até o 13º colocado. As outras 12 foram feitas por artistas.
Mais de 450 mil torcedores fizeram inscrições na FlaTV no YouTube, 144,3 mil no Face e 5,1 mil no Twitter de quarta-feira (1º) até o final da transmissão. Com os novos adeptos, o canal do clube, quarto do mundo em número de inscritos (4,22 milhões), colou no terceiro colocado – por suprema refinada do destino o inglês Liverpool (4,79 milhões), que derrotou o time da Gávea na última final do Mundial de Clubes.
O rubro-negro teria arrecadado R$ 2,7 milhões em doações voluntárias de torcedores pela ferramenta SuperChat. Se o valor for confirmado, ficará com 70%, cerca de R$ 1,89 milhão, e o YouTube com os 30% restantes (R$ 810 mil).
Os R$ 2,7 milhões formariam, com alguma folga, um total maior do que o da renda de qualquer jogo do Estadual do Rio 2020. Além disso, o clube teria arrecadado mais cerca de R$ 125 mil em patrocínios e R$ 200 mil em ingressos virtuais.
Esses números poderão cair na média se uma rotina for estabelecida. Por outro lado, dá para imaginar a explosão de faturamento em partidas mais importantes, por exemplo, de disputas como o Campeonato Brasileiro, Copa do Brasil, Libertadores e, se for novamente o caso, Mundial de Clubes.
A questão é que, até 2018, o Flamengo recebia R$ 180 milhões anuais de cota de transmissão apenas pelo Campeonato Brasileiro. Terá fôlego, capacidade de gestão e resposta constante da torcida para superar esses números por conta própria, em mecanismos como esse?
Até que ponto esse resultado está sendo inflado pela carência do torcedor diante do intervalo da pandemia e irá se diluir logo depois, como se pode desconfiar em relação a qualquer clube de massa?
Oportuno aguardar as cenas dos próximos capítulos.