A Secretaria Municipal de Saúde de Campina Grande (SMS-CG) divulgou na tarde desta quinta-feira (25), uma possível incompatibilidade nos dados dos casos de Covid-19 na cidade. De acordo com o órgão, foi constatado duplicidade em casos positivos da doença nos boletins divulgados pela Secretaria de Estado da Saúde (SES). Ficou determinada a revisão e exclusão de todos os casos duplicados na cidade.
O secretário da pasta, Filipe Reul explicou que, poderá haver uma hipernotificação de casos em Campina Grande, com um valor que pode chegar até a 25% a mais de casos na Rainha da Borborema. Ele ressaltou que o fenômeno pode prejudicar as tomadas de decisão sobre as medidas de enfrentamento à pandemia.
“Se não houver exclusão imediata desses dados em duplicidade, teremos de 20% a 25% de incongruências nas informações apresentadas, resultando na hipernotificação de casos em Campina Grande. Estes dados implicam diretamente nas estatísticas da doença na cidade, interferindo nas tomadas de decisão das medidas de enfrentamento da Covid-19”, alertou o secretário.
Dados errados
Segundo o diretor municipal de Vigilância, Miguel Dantas, esse tipo de problema na base de dados pode ocorrer por erro do próprio sistema ou quando uma pessoa faz o teste para Covid-19 mais de uma vez, por exemplo.
“Essas falhas de inserção de dados podem ocorrer, mas a revisão dos dados antes de divulgar os casos é de responsabilidade da gestão estadual da saúde, que pode criar mecanismos simples para exclusão dos casos em duplicidade”, explicou.
SES
Entretanto, a SES informou que faz a divulgação dos dados diários com base no coletado e divulgado por cada município do estado por meio das plataformas de notificação do Sistema Único de Saúde (SUS). Em nota, o órgão explicou que apenas o gestor da vigilância municipal é quem pode fechar e validar os dados diariamente nas referidas plataformas.
Ainda na nota, a SES informou que o estado apenas acompanha a divulgação feita pelos municípios e, apenas quando necessário, sinaliza algum ajuste a ser feito pelos municípios. De acordo com a SES, essa não é uma rotina nova na Saúde, visto que os mesmos mecanismos são utilizados para divulgação de dados de outras doenças, como por exemplo, a dengue.